A especialização de VCs em determinadas verticais é uma tendência em outros países e, por aqui, começa a ganhar força. Um sinal claro do aquecimento do mercado, além da própria evolução do ecossistema.
Um novo fundo para investir em fintechs acaba de ser lançado. À frente do veículo estão Honey Island Capital — VC criado pelos fundadores do Ebanx — e a 4UM Investimentos, asset especializada no investimento em ações.
O veículo está em fase final de captação e terá até R$ 100 milhões para fazer os aportes. Estão no radar fintechs e startups de SaaS B2B que promovam o acesso de pessoas físicas e jurídicas a melhores serviços financeiros e aumentem a produtividade de empresas por meio da tecnologia.
O fundo pretende investir em até 15 negócios early-stage nos próximos quatro anos, com cheques pre-seed e seed entre R$ 1 milhão e R$ 5 milhões. O veículo também pode participar de rodadas Série A e B.
Em fintechs, a busca será por empresas nas áreas de meios de pagamento, investimentos, crédito, criptoativos, câmbio e seguros. Já em SaaS, o foco prioritário será por soluções para empresas (B2B).
Para Leonardo Jianoti, sócio da Honey Island Capital, a intensa agenda de inovação dos órgãos reguladores, com iniciativas como o Pix e o Open Banking, e o amadurecimento de novas tecnologias como blockchain abrem espaço para o desenvolvimento de novas soluções no setor.
“Os serviços financeiros digitais permitem que empresas de outros setores tenham um aumento de escala e eficiência, atingindo novos clientes, mercados e verticais.”
Segundo Mariana Foresti, também sócia da Honey Island, o fundo é feito por e para empreendedores. Tanto é que um dos critérios principais será a análise dos fundadores e a experiência prévia no setor financeiro, seja como empreendedor, seja como executivo. “Precisa ter, pelo menos, produto já validado, já testada com clientes, para que possa focar no capital para crescer, desenvolver tecnologia”, diz ela ao Finsiders.
Em atuação desde 2015, o VC criado pelos founders do Ebanx tem dois veículos, com 15 aportes e R$ 15 milhões investidos. No portfólio, estão fintechs como Celero, Transfeera e NeoPag. A Juno, recém-comprada pelo próprio Ebanx, também passou por lá.
Com mais de 20 anos de experiência, a 4UM investimentos tem R$ 5,4 bilhões sob gestão num total de mais de 50 veículos de investimento, especialmente fundos de ações.
“Compreender e estar inserido no ecossistema de inovação e tecnologia é cada vez mais importante para a identificação das melhores oportunidades de investimento”, destaca Leonardo Boguszewski, sócio e CEO da 4UM.
Para ele, o ecossistema de fintechs evoluiu por alguns fatores, entre eles, a agenda regulatória, capitaneada por BC, CVM e Susep. O movimento de queda dos juros — que mais recentemente voltou a subir — trouxe também mais capital para a mesa. “Foi um combustível para dinheiro novo”, comenta ele, ao Finsiders. E por último, os casos de sucesso aumentaram no setor, com empreendedores fazendo suas saídas e eventos de liquidez.
Em fase final de captação, o fundo terá entre os investidores estarão os sócios da 4UM e da Honey Island Capital, family offices e investidores individuais, incluindo mentores e empreendedores ativos no ecossistema brasileiro de inovação.
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