O Buy Now Pay Later (BNPL) voltou a crescer em janeiro, atingindo 27,1% de aceitação nas 53 lojas observadas pelo Estudo de Pagamentos Gmattos. A oferta preponderante de parcelamento fora do cartão de crédito é pelo crediário próprio de lojas como Casas Bahia ou Mercado Livre. A maior elasticidade de crescimento é esperada na modalidade fintech, pois apenas megalojas se aventuram nesta área de concessão de crédito ao consumidor (crediário), e os bancos restringem a oferta de parcelamento aos seus correntistas. Já os bancos de varejo, como Itaú e Bradesco, restrigem o BNPL aos seus respectivos correntistas.
O parcelamento sem juros através do cartão de crédito teve média de 4,5 parcelas em janeiro/23, levemente abaixo ao observado em dezembro/22 (4,7) e sensivelmente abaixo do perfil adotado em novembro/22, período promocional da Black Friday, quando a média foi de 6,4 vezes.
O PIX se mantém no patamar alto de aceitação, com 91,5% (mesmo índice dos últimos 2 meses). Contudo, a distância para a aceitação de outras formas de recebimento à vista aumentou, dado o declínio dos boletos (67,8%) e débitos (30,5%). A modalidade está muito próximo do seu potencial máximo estimado pela Gmattos, de 93%, capacidade projetada dado o perfil de lojas com propensão ao recebimento à vista.
Tal avanço ainda não se consolidou, especialmente em novembro e dezembro, devido a um fator que ainda é empecilho para uma aderência ainda mais robusta à modalidade. “A integração dessa forma de pagamento no checkout é bastante complexa, demandando recursos e atenção técnica”, explica Gastão Mattos, cofundador e diretor-geral da Gmattos. “O período de novembro, da Black Friday, e dezembro, do Natal, é bastante crítico para qualquer alteração em sistemas sensíveis como o de pagamentos, por isso não é estranha a manutenção do PIX no mesmo patamar neste período.”