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Adesão dos clientes ao Open Finance cresce 2,5 pontos em um ano

Primeira edição de estudo da Febraban e Deloitte mostra que mais da metade dos bancos possui IA generativa

Imagem: Pexels por Pixabay
Imagem: Pexels por Pixabay

Pesquisa de tecnologia bancária da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), realizada pela consultoria Deloitte, revela que os bancos seguem trabalhando para oferecer novos produtos e serviços a partir dos dados compartilhados via Open Finance. Apesar da adoção lenta, o estudo mostra um crescimento médio de 2,5 pontos percentuais na adesão de clientes ao sistema, na comparação com a edição de 2023. 

Os resultados fazem parte da primeira parte do tradicional estudo divulgado anualmente pela entidade. Nessa etapa, a pesquisa contou com 24 bancos, que representam 81% dos ativos da indústria bancária no Brasil. A coleta de dados ocorreu entre novembro de 2023 e março de 2024.

Neste ano, 32% dos bancos esperam que uma faixa entre 6% e 20% de seus clientes façam adesão ao Open Finance. Mas a maioria (59%) das instituições prevê uma adoção de até 5% da base de clientes. Além disso, somente 9% dos bancos indicam uma aderência acima de 20%. 

De acordo com a pesquisa, a totalidade dos bancos enxerga o acesso a dados financeiros é o maior valor gerado pelo Open Finance. Para 33% das instituições, outro benefício é a oferta de novos serviços financeiros. Em seguida, vem a portabilidade financeira, citada por um quarto dos bancos. Outros 25% mencionam benefício para os consumidores e apenas 8% indicam as parcerias estratégicas. 

Outro dado interessante é que 37% dos bancos oferecem a funcionalidade de agregação de contas. O recurso é usado por 23,9 milhões de clientes, conforme a pesquisa. Especialistas enxergam, inclusive, potencial para que gerenciadores financeiros e super apps ganhem mais força com a combinação de funções como a recém-lançada transferência inteligente e a utilização de IA

“Com o uso de tecnologias como IA e GenAI, as informações podem ser exploradas com maior eficiência e assertividade, com o objetivo de personalizar o relacionamento com os clientes”, diz Sergio Biagini, sócio-líder da Deloitte para a indústria de serviços financeiros, em nota.

Por falar nela…

Quase a totalidade (96%) dos bancos afirmam possuir tecnologias de inteligência artificial (IA). No caso da IA generativa, apesar da maioria das instituições terem esse recurso, o percentual é bem menor: 54% dos bancos respondentes. 

De acordo com o estudo, a IA tem se revelado altamente adaptável e customizável às necessidades específicas de cada área de negócio das instituições. “Esta tecnologia tem o potencial de impulsionar a inovação e a produtividade, além de estimular a eficiência”, afirma Sergio, da Deloitte.

Após a implementação de IA, os processos bancários têm uma taxa média de aumento de eficiência de 11%, conforme a pesquisa. Entre as aplicações de IA mais usadas pelos bancos estão biometria facial (75%), chatbot (71%), RPA (67%) e IA generativa (54%). As instituições mencionam, ainda, inteligência cognitiva (25%), robo-advisor (21%), biometria por voz (17%) e inteligência artificial como user interface (17%). 

Os casos de uso aplicando IA são diversos. No back-end, por exemplo, a tecnologia ajuda, principalmente, na detecção de fraudes e lavagem de dinheiro (73%), reconhecimento de documentos (55%) e análise de risco de crédito (50%). Já no front-end, lideram a personalização de ofertas, a segmentação de cliente e marketing e o onboarding/aceleração KYC — todos citados por 36% dos bancos.