Os parcelamentos fora da plataforma do cartão de crédito, o chamado BNPL (sigla em inglês para “compre agora, pague depois”), cresceram novamente em aceitação pelo comércio online, para 54,2%. Segundo estudo da consultoria GMattos, realizado em maio e divulgado com exclusividade ao Finsiders Brasil, metade das lojas oferecem o BNPL de fintechs. Dentre elas, o NuPay é o provedor mais frequente, seguido pela Pagaleve. Em março, a aceitação do BNPL foi de 50,8% e em maio do ano passado, 42,4%.
“Enquanto o BNPL mostra ascensão constante desde a Black Friday de 2023, a oferta de parcelamento via cartão com prazos acima de quatro parcelas diminuiu, sugerindo que o BNPL começa a tomar espaço do volume até então transacionado exclusivamente via cartão de crédito parcelado”, diz Gastão Mattos, presidente da consultoria.
Segundo ele, no passado a proposta de valor era ofertar parcelamentos para o público sem cartão de crédito – ou embora com o produto, sem limite para parcelar. “A agressividade da oferta NuPay é também uma evidência, pois embora o Nubank seja um grande emissor Mastercard, sua oferta BNPL via NuPay tem maior ênfase (limite extra, planos mais flexíveis)”, explica.
Wallets
A aceitação das carteiras de pagamento se manteve constante no patamar de 40,7%. Esta edição do estudo compara os focos distintos das três principais wallets do mercado, bem como seus diferentes modelos de negócio. Enquanto o Nubank tem modelo de monetização direta com cobrança de taxas de desconto dos lojistas e geração de receita na cobrança de juros dos clientes, o Google não cobra diretamente pelo serviço, monetizando pelo acesso aos dados do carrinho para geração de leads publicitários. Sua aceitação, que veio em uma crescente durante 2024, está praticamente estável desde janeiro de 2025.
Já o débito atingiu sua pior performance de aceitação no histórico do estudo (8,5%), confirmando o seu perfil decadente. “Os esforços prometidos pelas bandeiras de aceitação não surtem efeito aparente, ao menos por enquanto”, diz Gastão.