Estudo realizado pela Distrito a pedido da Movile, investidora em empresas de tecnologia na América Latina (entre as quais iFood e Zoop), mostra que dos US$ 17,5 bilhões investidos em startups brasileiras entre 2017 e 2021, as fintechs ficaram com 38%.
O maior volume foi registrado em 2021 – mas o presidente da Movile, Patrick Hruby, prevê um ano de baixo crescimento em 2022. “Apesar de o ano ter começado bastante aquecido, inclusive com o surgimento de um novo unicórnio brasileiro (o Banco Neon) e mais startups latinas ingressando no mercado brasileiro, nos últimos meses vimos uma nova restrição de capital de risco investido em startups em todo mundo”, disse, em prefácio ao estudo divulgado em 29/6.
O estudo considerou, além do Brasil, México, Argentina e Colômbia. Nesses quatro países, o total investido foi de US$ 28,7 bilhões, dos quais mais de US$ 10 bilhões em fintechs. “O único dos quatro estudados em que o setor não é o mais aquecido é a Colômbia, em que fica atrás das foodtechs, que receberam 70% do volume investido no país; já as fintechs, apesar de serem o segundo segmento mais forte, ficam bem atrás em volume aportado, com apenas 8,7% do total”, diz o relatório.
Quantidade de negócios e volumes investidos – Brasil
Nos últimos cinco anos houve um expressivo crescimento no número de investidores na região. Em 2017, apenas 367 participaram de algum tipo de investimento. Já em 2021, esse número chegou a quase mil investidores (919). Além disso, entre 2020 e 2021 houve um aumento expressivo na participação de Anjos ou grupos de anjos (96%), Private Equity (84%), VCs (58%) e CVCs (32%). Porém, o grande destaque são as próprias startups, que até 2017 não faziam esse tipo de investimento, mas no comparativo 2020 e 2021 quase triplicaram sua participação, saindo de 5 para 14.
Junto à constatação de que tempos difíceis virão, Hruby recomenda “manter o foco no resultado e no futuro, pois se existe uma certeza no setor de investimentos, é que a mudança é uma constante”.
Unicórnios latinos
Seleção
Os critérios de seleção de startups considerados foram: ser definida como empresa que possui a inovação no centro do negócio na base tecnológica, no modelo de negócios ou na proposta de valor; ter operação independente; ter origem e operação no Brasil, México, Colômbia e Argentina; ter recebido investimento e/ou ter sido adquirida no período analisado (01 de janeiro de 2017 a 02 de dezembro de 2021); e ter recebido investimento do tipo Anjo, Pré Seed, Seed, Series (todos os tipos) e Private Equity.