A maioria das empresas (68%) que opera com cripto no Brasil ainda aguarda a publicação de regras de autorização para o funcionamento pelos reguladores do mercado financeiro. O restante (32%) já possui algum tipo de licença, seja junto ao Banco Central (BC), seja perante à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). É o que mostra um estudo da Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABcripto).
Conforme o levantamento, as empresas integrantes da criptoeconomia têm um perfil jovem. Boa parte (49%), aliás, nasceu entre 2020 e 2022. Cerca de 40% foi constituída em 2018 ou antes disso. Já uma pequena parcela (6%) teve sua criação em 2023.
Há uma profusão nas atividades, e uma mesma empresa pode ter diferentes linhas de negócios. A maior parte (79%) das companhias no país atua em alguma área de intermediação, seja na negociação, mesa de operação, distribuição ou criação de mercado. Já 62% têm atuação em infraestrutura — o que inclui liquidação, cripto as a service (CaaS), custódia, moeda eletrônica e câmbio. Outras 27% trabalham com tokenização. E 43% fazem seguros, aluguéis, empréstimos ou fornecem dados.
Existe uma ampla diversidade, também, quando o assunto são as licenças regulatórias. Cerca de 14% delas são instituições de pagamento (IP); 6% operam como plataformas de crowdfunding; e 5%, como gestoras de recursos. Outras exercem atividades sujeitas à regulação da CVM (10%) e do BC (10%). Uma pequena fatia (2%), por sua vez, funciona como Sociedade de Crédito Direto (SCD).
Porte das empresas de cripto
A grande maioria (94%) das companhias de cripto teve origem no Brasil, sendo que 55% são microempresas (ME) ou empresas de pequeno porte (EPP). Sete em cada dez (73%) faturam cerca de R$ 10 milhões por ano. Apenas 2% têm receita entre R$ 75 milhões e R$ 100 milhões [veja gráfico abaixo].
Para se ter ideia, 63% dos negócios processaram R$ 100 milhões no último ano. Somente 8% fizeram um volume financeiro superior a R$ 5 bilhões.
O relatório aponta, ainda, que 84% das empresas de cripto conta com menos de 100 funcionários. Já em relação à base, a maioria (83%) possui menos de 100 mil clientes.
O estudo está disponível no site da ABcripto.
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