Mais de 57% dos milionários brasileiros que pretendem trocar a gestão das suas fortunas nos próximos três anos querem entregá-las às mãos de profissionais – ou robôs – das fintechs. Essa conclusão está no EY Global Wealth Survey, que entrevistou dois mil clientes em 26 países – 100 deles no Brasil. A intenção dos brasileiros está bem acima da média mundial, que é de 14,5%. No geral, um terço dos entrevistados querem trocar de consultoria.
A reavaliação dos prestadores de serviços de wealth management pelos clientes coincide com a desaceleração da economia e, no Brasil, a drástica queda dos juros. Além disso, diz a pesquisa, “os investidores tornaram-se mais bem informados e cada vez mais conscientes da importância de poder contar com uma assessoria financeira e hoje se mostram por meio de diferentes objetivos de vida, conhecimentos sobre finanças e perfis distintos de risco, por exemplo”.
Segundo a diretora executiva da EY Brasil, Daniella Cury, conforme o nível de riqueza e de conhecimento aumentam ao longo da vida, vai surgindo a necessidade de serviços individualizados, “cenário este em que as fintechs e os assistentes digitais ativados por voz ganham vantagem”, explica.
No Brasil, a tendência é mais evidente entre nas gerações X e Millenials. Os da Geração X tem fortuna variando entre US$ 5 milhões e US$ 30 milhões. Entre os Millenials, mais da metade é formada por profissionais cujas riquezas têm origem em ganhos obtidos por meio de bônus. Ambos os grupos possuem ensino superior completo, o que explica, em parte, o nível médio de conhecimento financeiro.
O estudo demonstra, ainda, que o mercado brasileiro ainda é muito explorado por meio de uma ampla oferta de produtos, mas que há espaço para melhorar a proposta de valor e oferta aos clientes por meio de novos serviços.