Não basta mais entregar só conveniência; os consumidores querem usar as fintechs como copiloto. Ou seja: eles esperam experiências cada vez melhores, segurança para investir, transparência, incorporação de pagamentos alternativos e muita Inteligência Artificial (IA). Essas são as conclusões do estudo “The Fintech Effect 2025″, realizado pela Harris Poll em parceria com a Plaid, que ouviu mais de 2 mil adultos nos Estados Unidos.
O levantamento mostra que 84% dos norte-americanos já se dizem confortáveis em abrir contas em fintechs, praticamente no mesmo nível de grandes bancos. Além disso, 70% estão dispostos a compartilhar dados financeiros com aplicativos, chegando a 77% entre millennials. O setor conquistou espaço, mas qualquer falha pode derrubar essa confiança rapidamente, já que 81% dos consumidores rejeitam apps com avaliações negativas. Ou seja: quanto mais confiança, maiores as expectativas.
Copilotos
Esse patamar transforma a natureza da relação entre fintechs e consumidores. Se antes eram vistas como soluções pontuais para tarefas específicas, agora precisam atuar como copilotos financeiros. Isso significa entregar não apenas funcionalidades, mas também aconselhamento, educação financeira e orientação em tempo real. A pesquisa revela que 81% dos consumidores estão ativamente em busca de aprendizado financeiro, mas apenas 19% conseguem esse conteúdo diretamente dos aplicativos que usam. A lacuna representa uma oportunidade gigantesca para fintechs que conseguirem transformar dashboards em verdadeiros aliados de planejamento financeiro.
As fintechs já fazem parte do cotidiano de quase todos: 78% dos norte-americanos usam, 20 pontos a mais do que em 2020. E 88% afirmam ter obtido benefícios concretos ao utilizá-los. Esse avanço impõe às empresas do setor um reposicionamento: de simples ferramentas a copilotos financeiros, capazes de orientar decisões, oferecer educação financeira personalizada e ajudar na navegação em tempos de inflação e incerteza econômica.
Uma das mudanças mais expressivas acontece nos meios de pagamento: 58% dos americanos usam BNPL (“compre agora, pague depois”) e 34% já possuem criptomoedas, proporções ainda maiores entre jovens. Para as fintechs, significa que alternativas deixaram de ser nicho: tornaram-se expectativa básica.
IA na veia
A pressão se intensifica com a IA: 57% dos consumidores já esperam que seus apps financeiros incorporem inteligência artificial e 21% afirmam usá-la para organizar suas finanças. O entusiasmo cresce — 54% se dizem empolgados com a tecnologia —, mas é acompanhado de cautela: 73% querem leis específicas de regulação e 61% confiam mais em apps que utilizam IA para detecção de fraude.
Essa adoção crescente abre espaço para novos serviços: de detecção de fraudes a recomendações personalizadas de investimento e orçamento dinâmico, ajustado à realidade de cada usuário. Mas a confiança nessa tecnologia tem condições claras: 73% dos americanos defendem que o governo regulamente a IA em finanças, e 61% confiam mais em aplicativos que usam IA para combater fraudes.