O Pix caiu no gosto do brasileiro — e do e-commerce. Prestes a completar três anos de lançamento, o sistema de pagamento instantâneo acaba de atingir 100% de aceitação entre as principais lojas de comércio eletrônico no Brasil. É, portanto, a primeira vez que o Pix alcança plena aceitação no e-commerce, o que até então era exclusividade do cartão de crédito.
Os dados são da edição mais recente do estudo feito pela consultoria GMattos, que tem acompanhado a evolução desse método no e-commerce desde janeiro de 2021. No início de setembro, a pesquisa avaliou 59 lojas online de destaque no país, dos mais diversos segmentos — juntas, elas representam volume dominante no mercado brasileiro.
Conforme explica em nota Gastão Mattos, cofundador e diretor-geral da consultoria, o Pix encontrou no ambiente online o cenário ideal de propagação. A conversão chega a 90% no carrinho, por exemplo, e o custo é inferior a outras formas de recebimento — 0,33%, em média, para lojas de grande porte. Isso ajuda, então, a explicar o avanço da modalidade entre consumidores e lojistas para pagamento à vista.
Além do aumento no índice de aceitação, o estudo identificou uma proporção maior de e-commerces que oferecem benefícios para pagamento via Pix. Em setembro, esse patamar chegou a 42% das lojas online, contra 40% em julho, mês da pesquisa anterior. São disponibilizados descontos entre 5% e 20% para os clientes que optam por pagar usando o Pix.
Avanço do BNPL
Outra tendência que o estudo aponta é patamar recorde de aceitação do ‘buy now, pay later’ (BNPL) no e-commerce. A modalidade chegou a 32,2%, ante 30,5% em maio e em julho últimos. Além disso, a oferta via fintechs e o crediário próprio dos lojistas foram preponderantes, com 36,8% cada um do total do BNPL em setembro.
“O cenário difícil para concessão de crédito e a tendência pela diminuição da oferta do parcelado sem juros no cartão são favoráveis para o aumento da oferta de parcelamentos alternativos do BNPL”, diz o estudo.
Por outro lado, o parcelamento via bancos ou financeiras, por sua vez, caiu para 26,3%. Segundo a análise, isso “demonstra a resiliência das fintechs do setor e a demanda de parte dos lojistas por formas alternativas de parcelamento”.
No caso do cartão de crédito, a oferta do parcelado sem juros enfrenta instabilidade, de acordo com a GMattos. Explica-se isso pelas “demandas regulatórias e pelos interesses não convergentes entre bancos, lojas e adquirentes”. Aliás, essa modalidade apareceu em menos de 20% das lojas, em sua maioria com cobrança de juros para 11 ou mais parcelas.
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