Com uma penetração de smartphones na casa dos 86%, o Brasil se tornou um polo interessante na América Latina quando os temas são infraestrutura de pagamentos cross-border, pagamentos instantâneos e Open Banking. É o que aponta um mapeamento global feito pelo fundo de venture capital norte-americano Andreessen Horowitz (a16z).
O fundo norte-americano a16z, como você sabe, é um dos mais conhecidos do mercado, com forte atuação no mercado de fintechs. O portfólio do VC inclui players como Airbnb, Instacart, Lift, Slack e Wise, entre outros.
Sobre as inovações brasileiras, a análise lembra que a população brasileira bancarizada – 84% do total – contará com o Pix Automático a partir de 2024 para pagar contas, serviços por assinatura e fazer outros pagamentos recorrentes. Nesta terça-feira (3), aliás, o BC adiou o seu lançamento de abril para outubro do próximo ano, e você leu sobre isso em primeira mão no Finsiders.
Por outro lado, existe um grande espaço para o avanço do cartão de crédito, que hoje tem uma penetração de 40%.
O documento lembra companhias de cada país com atuação relevante na área. No Brasil, aparecem o Nubank, banco digital que soma mais de 85 milhões de consumidores espalhados entre Brasil, Colômbia e México; a Pismo, plataforma de processamento de serviços bancários comprada por US$ 1 bilhão em junho pela Visa; e a norte-americana Jeeves, sistema de gerenciamento de despesas e cartões corporativos para startups globais.
Argentina e México
Na região surge, também, a Argentina. O país conta com 71% de sua população bancarizada, mas a penetração de cartões de crédito atinge apenas 29%. Por sua vez, 73% dos argentinos possuem smartphones. A a16z frisa que a Fiserv, companhia global de pagamentos, ajudou a viabilizar o pagamento pelo Pix brasileiro em território argentino neste ano.
Entre as empresas do país hermano com fortes atuações, estão Mercardo Pago, banco digitla do gigante do e-commerce Mercado Livre, que soma mais de 45 milhões de usuários entre 8 países latino-americanos; a Pomelo, de infraestrutura de serviços financeiros para empresas; e a Ualá, de pagamentos e serviços financeiros móveis.
Já o México é o segundo país mais populoso da região, com 126 milhões de habitantes, somente atrás do Brasil, com 203 milhões de pessoas. No entanto, apenas 50% dos mexicanos são bancarizados, ainda que 71% tenham acesso a smartphones. A penetração do cartão de crédito chega apenas a 10%.
Para incrementar os pagamentos, o a16z frisa que o Banco do México (o BC do país) lançou recentemente o Dinero Móvil (DiMo), funcionalidade de transferências móveis que permite que pequenos negócios recebam recursos apenas com o número de celular.
Em solo mexicano, despontam como fintechs relevantes a Spin by Oxxo, a carteira digital da rede varejista Oxxo, com mais de 4 milhões de clientes no país; e o unicórnio Stori, que disponibiliza cartões de crédito para populações carentes.
Colômbia e Chile
Na Colômbia, o retrato da realidade mostra 60% dos habitantes bancarizados e 67% com smartphones. Todavia, somente 13% possuem cartão de crédito. Por lá, o governo tem incentivado os pagamentos online por meio de descontos em taxas.
Do lado das companhias colombianas, despontam a Addi, de ‘buy now, pay later’ (BNPL) e serviços de pagamentos, com cerca de 2 milhões de usuários ativos; e o Nequi, banco digital que nasceu como um spin-off do Bancolombia e conta com mais de 18 milhões de clientes.
Por fim, o Chile é um dos países mais evoluídos em termos de acesso a serviços financeiros. Por lá, 87% da população é bancarizada e 78% tem acesso a smartphones. Entretanto, a penetração do cartão de crédito alcança 24%. Na análise, o relatório lembra que o uso do cartão de débito ultrapassou o dinheiro físico em 2020 e continua avançando.
A companhia que se destaca em território chileno é a Xepelin. A plataforma de gerenciamento de finanças e pagamentos automatizados soma mais de 30 mil negócios na carteira entre Chile e México.
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