SUCESSO GLOBAL

Pix vira “herói nacional” e projeta Brasil para o mundo, diz CEO da Matera

Versão internacional do sistema de pagamento instantâneo está nos planos do Banco Central (BC) para o médio prazo, disse Breno Lobo

Carlos Netto (TK)/Matera
Carlos Netto (TK)/Matera | Imagem: print de tela

Com mais de 175 milhões de usuários e novidades batendo à porta como o subtituto do débito automático, o Pix é unanimidade no Brasil. Para além das fronteiras brazucas, o sistema de pagamento instantâneo criado pelo Banco Central (BC) também se tornou uma referência. A modalidade virou praticamente um “herói nacional”, brinca Carlos Netto, conhecido como “TK”, CEO e co-fundador da Matera, empresa de tecnologia especializada em soluções para o sistema financeiro.

“A gente já teve o Santos Dumont, o Pelé, o Ayrton Senna. Hoje, a gente tem o Pix. Você vai para qualquer lugar do mundo, e só falam do Pix. Ele virou o nosso herói nacional”, disse TK, em painel no Febraban Tech 2025, nesta quarta-feira (11/6). De acordo com o executivo, a criação do BC brasileiro “contaminou o mundo inteiro” com a ideia de que é possível fazer diferente.

O Pix não só se transformou em case globalmente, como tem ajudado a abrir portas para muitas empresas de tecnologia e fintechs brasileiras no exterior, observou TK. Ele citou a própria Matera como exemplo disso. “Hoje eu faço reuniões em lugares que antes seriam impensáveis, se não fosse nossa participação no Pix”, afirmou ele, cuja atuação ocorre desde o início do projeto.

Pix Internacional no médio prazo

Enquanto o Pix ganha fama mundo afora, há uma expectativa de que o pagamento instantâneo concebido em solo brasileiro tenha uma versão internacional. A iniciativa ainda não tem data definida, mas está nos planos do BC, comentou Breno Lobo, chefe-adjunto do Departamento de Competição e Estrutura do Mercado Financeiro da autarquia, também presente no painel.

“Em algum momento, a gente vai interligar o Pix com outros sistemas de pagamentos instantâneos de outros países. Não vai ser feito no curto prazo. A gente acabou tomando a decisão de tentar primeiro preencher algumas lacunas no nosso mercado interno de pagamentos”, afirmou Breno. “A gente não consegue priorizar por causa da limitação de recursos.”

Breno Lobo (com o microfone) e executivos discutem o Pix | Imagem: print de tela

De acordo com ele, o BC vê com bons olhos principalmente o projeto Nexus. Coordenado pelo Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), trata-se da proposta de um hub multilateral para integração entre diferentes plataformas de pagamentos instantâneos ao redor do mundo. “Hoje há seis países asiáticos construindo, e vamos em algum momento nos conectar a esse hub”, disse. “É algo de médio prazo. Então, estamos falando de ter um projeto concreto em 2028, para virar realidade mesmo entre 2029 e 2030.”

Breno reforçou, ainda, as iniciativas prioritárias do Pix para 2025 e 2026. Entre elas está, por exemplo, o Pix Automático, que estreia na próxima segunda-feira (16/6). As novidades incluem, ainda, Pix Parcelado, Pix em garantia de operações de crédito e uma nova versão do MED, o mecanismo de devolução de dinheiro em caso de fraudes.