INOVAÇÃO

Presidente do BC reforça papel do "Pix 2.0" e do Drex no acesso ao crédito

Um dos exemplos desta nova fase é o Pix Garantia, que permitirá usar recebíveis via Pix como colateral de empréstimos, disse Gabriel Galipolo na abertura do Febraban Tech 2025

Gabriel Galipolo/BC durante apresentação no Febraban Tech 2025| Imagem: print de tela
Gabriel Galipolo/BC durante apresentação no Febraban Tech 2025| Imagem: print de tela

“Estamos entregando o ‘Pix 2.0‘. Além da inclusão e conveniência, o ‘Pix 2.0’ também busca melhorar o acesso ao crédito”. Durante sua apresentação na abertura do Febraban Tech 2025, o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, reforçou o papel das novas funcionalidades do Pix – e também do Drex – nesse sentido. “Essa nova fase traz novos usos”.

Com o Pix Garantia, fluxos futuros de pagamento poderão ser usados como colateral para financiamentos. “Pequenos empreendedores, autônomos ou empresas poderão usar recebíveis regulares como garantia, melhorando o acesso ao crédito”, explicou. “A intenção é que as pessoas tenham acesso a linhas de crédito mais adequadas aos seus objetivos, evitando o uso recorrente de modalidades emergenciais”, explicou Galípolo.

Além do Pix Garantia e do Automático – com operação plena a partir de 16/6 – fazem parte do que Galípolo chama de ‘Pix 2.0’ o Pix por Aproximação – jé em uso por diversas instituições -, o Parcelado, “que será lançado nos próximos meses”, e o MED 2.0, nova versão do mecanismo de devolução de dinheiro em caso de fraudes.

Smart contracts

Ao falar do Drex, Galípolo deixou claro que não se trata de uma moeda digital emitida pelo BC nos moldes tradicionais. “O Drex não é uma CBDC como prevê a literatura. Ele é uma infraestrutura baseada em Distributed Ledger Technology (DLT), com uso de smart contracts e tokenização”, disse.

O foco está em modernizar o mercado de crédito, permitindo a colateralização eficiente de ativos tokenizados, o que deve facilitar a concessão de empréstimos, reduzir o risco percebido pelas instituições financeiras e ampliar o acesso ao crédito formal.

“Queremos tornar mais fácil para quem toma crédito oferecer garantias adequadas. Quanto mais isso acontece, melhores as condições dessas linhas de crédito”, resumiu.

Estabilidade financeira

“O Banco Central, junto com o setor financeiro, promoveu uma revolução: inclusão financeira e novos serviços a partir de infraestrutura pública. O mundo quer entender como o Brasil fez isso.”

“Mas esse avanço exige atualização institucional. O BC precisa ferramentas para supervisionar novos players, especialmente as instituições financeiras não bancárias (NBFIs), que cresceram desde 2008.”

“Estamos discutindo uma PEC para ampliar o perímetro regulatório. Não se trata de dar um ‘cheque em branco’ ao BC, mas de garantir transparência e supervisão adequada.”