Ao ajudar empresas a saírem de um modelo analógico e convencional para um sistema eletrônico com tecnologia integrada na ponta, o Grupo Nexxees construiu um ecossistema de soluções financeiras ao longo de mais de três décadas de mercado.
Hoje, 80% das 400 maiores empresas do país usam a sua rede de infraestrutura para fazer pagamentos, tomar crédito e executar a gestão do fluxo de caixa, conta o presidente do grupo, Edson Silva, em entrevista ao Finsiders. “Passamos a entender que uma empresa não vive sozinha”, diz. Entre os players na carteira, estão pesos-pesados como Vale, GM e Natura.
Com presença em múltiplos setores da economia, como saúde, logística, financeiro e mercantil, a holding passou a investir no chamado ‘supply chain finance’ (ou soluções financeiras para a cadeia de suprimentos, na tradução do inglês), visando a sustentabilidade das finanças não só dos próprios clientes, como também de funcionários e fornecedores dos parceiros. O objetivo é que todos os atores da cadeia mantenham seus negócios saudáveis.
Após tirar do papel a Nix — focada na gestão de pessoas físicas, empresas e investidores — e a NixFin, — uma Sociedade de Crédito Direto (SCD) –, o grupo acaba de oficializar a criação da N4, uma gestora de crédito que nasce de um spin-off da Nexxera, outra companhia da holding responsável pela gestão financeira de PMEs.
“Da pirâmide para baixo, preciso ter uma garantia, como um carro ou imóvel, para oferecer crédito”, afirma Edson. Esse processo vai funcionar com a integração de dados: na prática, a Nexxera será uma grande gestora de informações, com dados sobre as movimentações de recursos e o fluxo de caixa, enquanto a N4 vai prover o dinheiro a partir da análise.
Processo integrado
O executivo diz que o foco é resolver uma dor comum das empresas de diferentes tamanhos: o descasamento do fluxo de caixa. Por isso, produtos como antecipação de recebíveis, gestão de recebíveis de cartão, uso do cartão como garantia financeira, risco sacado e risco cedente fazem parte de um pacote com este fim.
“Como pagador, quero alongar o prazo. E, como fornecedor, quero entregar o que foi acordado. Trabalhamos com os dois lados, para antecipar para um, e alongar para o outro, para que ele possa vender”, diz o presidente do grupo.
Atualmente, cerca de R$ 7,3 trilhões em pagamentos passam a cada ano pela plataforma da Nexxera. Além disso, o grupo tem mapeado R$ 300 bilhões em operações de crédito. No ano passado, foram R$ 14 bilhões concedidos pela N4, que opera internamente desde 2018. Atualmente, esse patamar alcançou R$ 18 bilhões e deve superar a casa dos R$ 30 bilhões, entre a virada deste ano e o início de 2024, com a entrada em vigor de contratos já firmados.
“Ou seja, temos 90% para crescer em termos de volume que passa pela rede”, diz. “Crédito não é dívida, mas uma grande ferramenta para fluxo de caixa. Sabendo usar, se torna uma grande virtude para o mercado”, afirma Edson.
Plataforma de risco
Como a oferta de crédito depende do nível de inadimplência — e isso pode oscilar bastante, dependendo do perfil da empresa –, o Grupo Neexees vai tirar do papel a sua própria plataforma de rating no próximo ano. A Xcore ID, como é chamada, é um algoritmo que busca fazer uma avaliação comportamental de 12 a 24 meses.
Nesse período, podem ser incluídas, por exemplo, informações para entender se um player está pagando as contas em dia e se o fornecedor está entregando a mercadoria no prazo acordado. É utilizado, ainda, o faturamento do negócio versus o tamanho do pedido de crédito, para chegar na taxa de inadimplência.
O executivo admite que isso favorece bastante o pequeno empresário. No entanto, ressalta que as médias e grandes companhias também têm utilizado bastante suas soluções. Não pelo risco de quebrarem, mas para fazer o microgerenciamento da operação. Ao deixar de lado cheque especial ou outra modalidade com taxas elevadas, as empresas conseguem economizar.
“Eu posso trabalhar com cenários em que quem vai emprestar um dinheiro pode tomar uma decisão. O mercado gosta de risco, porque tem uma taxa, tem spread. E nós vemos crédito como uma ferramenta que traz resultado financeiro de fato”, finaliza o executivo.
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