Gestora de recursos especializada em crédito estruturado, com R$ 9 bilhões sob seu guarda-chuva, a Empírica vem ganhando espaço nos últimos anos nas operações de FIDCs para fintechs. Tanto é que dos mais de 50 que a asset tem hoje, mais de 35 são veículos que servem como funding para diversas modalidades de crédito dessas empresas.
O primeiro FIDC estruturado pela casa foi em 2016, com uma emissão de R$ 350 milhões para o Nubank. De lá pra cá, a Empírica já montou FIDCs para fintechs em diferentes estágios — de unicórnios como Neon e Creditas a players menores e regionais. As linhas vão desde o ‘buy now, pay later’ (BNPL) até home equity, passando por consignado privado, financiamento de energia solar, entre outros.
“Estamos em conversa com uma operadora de telecom para tentar viabilizar empréstimos de curta duração a partir dos dados que a empresa de telefonia já tem sobre o cliente”, conta Jaime Weinberg, sócio-diretor de produtos da Empírica. “Também estamos prestes a anunciar uma outra operação para créditos de baixo valor e curta duração”, diz, também sem abrir detalhes.
O executivo cita, ainda, um caso de uma fintech que aposta no home equity sob outra perspectiva. “Estamos conversando com eles”, afirma. “Se é uma tese bem construída, existe investidor em potencial, vamos explorar. Existem diversos nichos que podem ser explorados”, complementa Jaime.
Impulso
Além do cenário de queda dos juros, a nova regulamentação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para os FIDCs também pode ajudar a impulsionar esse tipo de fundo, segundo Jaime. Desde o início de setembro, os FIDCs podem receber investimentos do público em geral. Antes, esse produto estava disponível apenas para investidores qualificados (com mais de R$ 1 milhão em investimentos) ou profissionais (mais de R$ 10 milhões).
Com a evolução das fintechs de crédito e o próprio desenvolvimento dos FIDCs, naturalmente a Empírica não está sozinha para pegar uma fatia do bolo. Com mais de R$ 14,8 bilhões sob gestão, a asset cearense Solis é especializada em FIDCs e já estruturou mais de 150 desde 2016, com todo o tipo de lastro, conforme contou o sócio Delano Macêdo ao site parceiro Fintechs Brasil, em agosto deste ano.
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