A vida da bolsa de criptomoedas Binance segue nada fácil. Segundo reportou o Wall Street Journal na sexta-feira (14), a companhia demitiu mais de 1 mil trabalhadores globalmente. Os cortes acontecem dias após a Binance ter sido atingida por uma debandada de executivos, e um mês depois de ser acusada pela CVM dos EUA por fraude e violação da regulamentação no país.
As demissões atingiram o departamento de atendimento ao cliente, ceifando um terço do quadro de funcionários da bolsa de cripto. Procurada pelo portal parceiro Startups, a assessoria da companhia no Brasil não confirmou se os cortes atingiram a operação brasileira, apenas compartilhou o posicionamento global da empresa:
“Nos últimos seis anos, crescemos de uma equipe de 30 pessoas para quase 8.000 em todo o mundo. À medida que nos preparamos para o próximo grande ciclo de alta, tornou-se claro que precisamos focar na densidade de talentos em toda a organização para garantir que permaneçamos ágeis e dinâmicos. Isso não se trata de reduzir o tamanho da equipe, mas sim de reavaliar se temos os talentos e a expertise certos nos cargos críticos. Isso incluirá analisar determinados produtos, unidades de negócios, benefícios para os funcionários e políticas, a fim de garantir que nossos recursos sejam alocados adequadamente, refletindo as demandas em constante evolução dos usuários e reguladores.”
Em seu Twitter, o CEO da Binance, Changpeng Zhao, afirmou que a mídia está equivocada sobre a quantidade de afetados pelos cortes, acrescentando que a bolsa segue contratando. “Como nos esforçamos continuamente para aumentar a densidade de talentos, há demissões involuntárias. Isso acontece em todas as empresas. Os números relatados pela mídia estão todos muito errados”, tuitou.
Irregularidades
Em junho, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (Securities and Exchange Commission – SEC) lançou 13 processos contra a Binance e seu CEO, Changpeng Zhao. Eles são acusados de operar uma “rede de fraude” e violar a regulamentação no país.
De acordo com o órgão regulador, a empresa teria inflado artificialmente o volume de negociação na plataforma e controlado os ativos dos clientes. A companhia é acusada de enganar os investidores sobre seus controles de risco e volumes de negociação corrompidos e operar uma bolsa de valores não registrada. Bilhões de dólares em ativos de investidores teriam sido desviados para a empresa Merit Peak Limited, que também pertence a Changpeng Zhao.
A Binance negou as acusações na época, alegando que o posicionamento do órgão regulador “visa definir unilateralmente a estrutura do mercado cripto”. Apesar do embate, a companhia afirmou que continuará a cooperar com reguladores e formuladores de políticas nos EUA e em todo o mundo.
*Conteúdo publicado originalmente pelo portal parceiro Startups.
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