O Pix entrou na mira do presidente norte-americano, Donald Trump, que citou o sistema como potencial “prática desleal” de comércio. No entanto, na visão de Denis Silva, CEO do Efí Bank, o modelo brasileiro é referência mundial de inovação e inclusão financeira.
“O Pix é gratuito, instantâneo e amplamente acessível. Ele não apenas ampliou o acesso da população a meios digitais de pagamento, mas também reduziu drasticamente os custos operacionais de pequenos negócios”, afirmou Denis.
Segundo o executivo, o desconforto dos Estados Unidos está relacionado à perda de relevância de empresas americanas no setor, como Visa, Mastercard, PayPal e Stripe, que veem a adoção massiva do Pix reduzir o volume de transações com tarifas.
“O que está em jogo não é uma disputa comercial justa, mas o incômodo com um modelo eficiente, gratuito e soberano, criado por um banco central de país emergente, que virou referência global”, destaca.
Para o CEO do Efí, a crítica dos EUA ao Brasil segue a mesma linha do que foi feito com a Indonésia, quando o sistema de QR Code local também foi alvo de investigação. “Mas o próprio Google já opera como iniciador de pagamento com Pix no Brasil e a Apple deve seguir o mesmo caminho. Ou seja, não há exclusão de empresas americanas, e sim um mercado aberto e competitivo.”
Ainda segundo o executivo, a possível pressão regulatória internacional pode dificultar os planos de internacionalização do Pix, internamente, tende a fortalecer ainda mais a ferramenta como símbolo de autonomia tecnológica brasileira.
*Jornalista, sócio e CEO da Ovo Comunicação