Douglas Barrochelo*
A explosão do tema “inteligência artificial generativa” gerou todo o tipo de previsões catastróficas sobre os empregos e até sobre o futuro da humanidade, mas o amadurecimento do debate e o gradual aumento do conhecimento sobre o tema trouxe a IA para o “mundo real”.
No cenário atual do mercado financeiro, provavelmente estamos vivendo o período de maior competição em décadas, justamente porque as novas tecnologias (e o quadro regulatório) viabilizaram o surgimento de centenas de empresas que estão revolucionando a relação entre a sociedade e os bancos.
Assim, este é um cenário onde as fintechs demandam fortemente maior produtividade e resultados comerciais, principalmente após a redução dos volumes de capital de risco disponíveis para novos aportes.
Com isso, as inovações tecnológicas se tornam ainda mais relevantes, e as empresas do setor aceleram a adoção de tecnologias que podem melhorar a performance e competitividade da empresa. E os recursos de Inteligência Artificial (IA) entram de vez em cena como um pesado fator competitivo para as fintechs.
O uso de tecnologia nas fintechs, mais precisamente da Inteligência Artificial, não é mais exceção e sim a regra. E a busca por processos mais ágeis faz o público optar por opções desburocratizadas, como as que são propostas pelas empresas de serviços financeiros baseados em tecnologia.
O cenário se confirma, com a pesquisa da GlobeNewswire, que aponta para um valor de mercado (dos sistemas de pagamentos online) que chega aos US$ 305 bilhões até 2025. A notícia é boa e sinaliza uma crescente relevância do setor.
Um otimista levantamento da consultoria McKinsey afirma que o uso da IA poderá gerar em torno de US$ 13 trilhões globalmente até 2030, quando o seu uso deverá estar universalizado e consolidado. Hoje ela já é aplicada pelas startups do setor financeiro para detectar fraudes, fazer o atendimento ao cliente, automatizar processos, realizar a análise de crédito e ter um gerenciamento de risco mais otimizado, mas as funções podem ser aprimoradas a cada ano.
Os próximos passos serão dados em áreas como um marketing muito mais personalizado (qual cliente de fintech que não recebeu dezenas de ofertas de produtos inadequados para o seu perfil?). Com isso, teremos uma avançada aceleração e automação de contratos inteligentes, a identificação de novos mercados e parcerias para o pleno atendimento dos clientes e a redução dos erros – inclusive dos erros no desenvolvimento de novas aplicações para a IA.
E as fintechs que não acelerarem o seu ingresso no mundo da IA, acelerarão a sua saída do mercado. E na minha visão, isso não será um processo demorado.
*CEO da Biz