'FUTUROLOGIA'

Para Nubank e Itaú, a IA vai colocar um banqueiro no bolso de cada cliente

Na visão dos CEOs, com a hipersonalização os bancos vão virar consultores de todos os clientes, contribuindo para a inclusão financeira

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Imagem: IA/Adobe Stock

A Inteligência Artificial (IA) vai transformar os bancos em consultores financeiros para todos os clientes. A opinião é compartilhada por David Vélez, CEO do Nubank, e Milton Maluhy Filho, CEO do Itaú – os dois maiores bancos brasileiros. Para eles, a IA vai levar a inclusão financeira a um outro nível. Ambos participaram do evento Bloomberg New Economy realizado nesta quarta-feira (23/10) em São Paulo.


“Acho que o mobile banking precisa ter um papel diferente do que tinha no passado. Antes, o foco era em produtos. Agora, com APIs e hiperpersonalização, os bancos podem se tornar consultores para seus clientes. É necessário mudar a ideia de que o banco é um lugar onde você vende produtos. O produto precisa ser parte da jornada do cliente, facilitando a vida dele. Ele não precisa aprender sobre cada produto, você só precisa oferecer a solução certa no momento certo. Estamos migrando 15 milhões de clientes para um super app, e a expectativa é oferecer uma experiência bancária completa em um único contexto, utilizando dados e IA para oferecer mais soluções adequadas às suas necessidades”, afirmou Maluhy.

Possibilidades da IA

“Mesmo que hoje quase todo cliente tenha um banco no bolso, nem todos sabem como investir, qual é o melhor fundo de imposto mais eficiente para alocar suas economias. Você não necessariamente tem poder de negociação ou conhecimento para fazer os bancos competirem pelas menores taxas de juros. Achamos que a próxima fase de inclusão financeira será colocar um banqueiro no bolso de todos, e isso será um avanço significativo. Estamos falando de aconselhamento financeiro para cada pessoa, não apenas para o 1% mais rico que tem acesso aos melhores produtos. Hoje, a base da pirâmide não tem acesso a esses produtos. Estamos muito animados para ver as melhorias tanto em aconselhamento quanto em eficiência operacional que serão possíveis ao longo dos próximos dez anos”, disse Vélez.

O CEO do Nubank também atribuiu à IA outra grande possibilidade, a de tornar os custos mais baixos. “Vejo ganhos de eficiência com o uso de IA e contratos inteligentes. Isso permitirá que ofereçamos taxas mais baixas aos nossos clientes.”

“Estamos realizando muitos testes com IA em todas as áreas do banco, como atendimento ao cliente, processos internos e desenvolvimento de produtos. Também estamos criando nossos próprios guardrails e frameworks para garantir o uso responsável da IA, algo que é extremamente importante para nós, especialmente em um banco como o nosso. Temos que ser muito cuidadosos em como interagimos com os clientes e em quais mensagens e consultorias estão sendo feitas. Por isso, criamos uma infraestrutura que nos permite lançar muitas soluções com controle total. Isso tem sido incrível. A IA está mudando muito nossa produtividade, a experiência do usuário e os canais digitais, permitindo prever fraudes, comportamentos de clientes e oferecer melhores soluções personalizadas”, comentou Maluhy.