O diretor de Regulação do Banco Central (BC), Otávio Damaso, afirmou que a instituição “saiu da bolha” nos últimos anos e adotou uma postura “aberta” para a inovação, desde que ela ocorra “dentro das regras do jogo”. O porta-voz falou ao final do “Conecta ABBC”, realizado pela Associação Brasileira de Bancos (ABBC) nos dias 21/8 e 22/8.
Durante o encerramento do evento, Otávio recebeu uma homenagem como “Personalidade do ano no mercado financeiro”. Na edição de 2023, esse mesmo reconhecimento foi para o atual presidente do órgão, Roberto Campos Neto. Ambos encerram o mandato no BC ao final deste ano.
“Foi um baita aprendizado sobre o que é Brasil. Três meses atrás, eu e o Ailton [Aquino], diretor de Supervisão, estávamos no interior de Rondônia, conhecendo as realidades, porque as finanças chegam lá”, contou Otávio. “E isso é muito enriquecedor para a gente também, porque ajuda a entender que o nosso País é grande, diferente e heterogêneo, não só em tecnologia. Então, a tecnologia e a inovação têm uma atribuição aqui em São Paulo, mas nos rincões do País pode ter um impacto diferente, até maior, porque é a única forma de acessar [serviços financeiros].”
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Inovação dentro das regras
Para o diretor do BC, não adianta lutar contra a inovação. “Ela vai acontecer. Pode ser da forma correta ou errada. O que precisamos é trazer ela da forma certa”, afirmou.
De acordo com Otávio, muitas das instituições disruptivas querem ser reguladas. “É diferente de outros mercados, onde ficam brigando para não serem”, disse.
O diretor do BC lembrou, ainda, que no período hiperinflacionário as instituições financeiras precisavam estar “na vanguarda da inovação” para sobreviver. “E depois continuaram inovando para trazer eficiência e melhores produtos e serviços. Um driver do engajamento do Banco Central na inovação nos últimos anos foi aumentar a competitividade no sistema financeiro.”
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