EVOLUÇÃO

Open Finance no Brasil mira performance, qualidade e eficiência

Nos últimos anos, houve construção, organização e crescimento, diz Carlos Jorge, secretário-geral do sistema no país

Live sobre o impacto do Open Finance no Brasil/Somos OX - Imagem: Reprodução/YouTube
Live sobre o impacto do Open Finance no Brasil/Somos OX - Imagem: Reprodução/YouTube

Com cerca de 28 milhões de consentimentos únicos, o Open Finance no Brasil passou pelas etapas de construção, organização e crescimento nos últimos anos. Em 2024, o foco está em performance, qualidade e eficiência dos serviços. Quem diz isso é Carlos Antonio Rodrigues Jorge, secretário-geral do Open Finance Brasil e sócio-fundador da Chicago Advisory Partners. 

“A meta geral dada inclusive pelo Banco Central é essa. E quando falamos nessas três dimensões, significa que temos que monitorar melhor o sistema”, afirmou Carlos, durante uma live realizada pela Somos OX, na sexta-feira (14). “Há motores de qualidade de dados que estão rolando nas instituições. Com essas informações, conseguimos avaliar se a qualidade está indo bem ou não”, exemplificou. 

O órgão regulador vem aumentando as exigências das instituições financeiras participantes do Open Finance. Exemplo recente foi a publicação, no fim de 2023, da Instrução Normativa BCB nº 441, que entrou em vigor em março deste ano. Conforme o BC, o objetivo é aprimorar as regras de compliance do Open Finance para que haja uma “evolução condizente com o nível de maturidade do projeto”.

Outro assunto na pauta para o ano, ainda sem data específica para virar realidade, é a criação de uma estrutura definitiva de governança para o Open Finance no país, responsável pela implementação e pelo monitoramento do sistema. De acordo com Carlos, o ecossistema aguarda uma norma do BC com as regras e detalhes para essa estrutura. 

“É um tema super quente e um passo natural da evolução porque temos a estrutura inicial [de governança]. Provavelmente vai virar uma empresa ou uma associação sem fins lucrativos, isso ainda está sendo discutido. A composição também ainda está em discussão. Tem até um GT [grupo técnico] que leva recomendações para o conselho e também para o Banco Central”, disse.

Open Finance para PJ

Se o Open Finance, apesar dos números bem-sucedidos, não caiu ‘na boca do povo’, entre os clientes pessoa jurídica (PJ) de bancos e fintechs, isso está ainda mais distante. E não é por falta de esforço. “Hoje em dia o Open Finance tem quase 28 milhões de consentimentos únicos, e a imensa maioria disso é PF [pessoa física]. E acho até que por causa disso temos poucos casos de PJ. Mas estamos fazendo um monte de coisas para mudar esse cenário”, afirmou Carlos. 

Uma das funcionalidades previstas na agenda evolutiva do Open Finance, com foco em empresas, é a de pagamento em lotes. “Provavelmente isso fica para 2025”,  citou Laiz Leiroz, gerente de projetos na Chicago Advisory Partners. “Existe todo um diagnóstico, que já começou, para entender quais as dificuldades desse público, as melhorias que precisam ser feitas nas APIs e a criação de novas funcionalidades.”

De maneira geral, neste ano o Open Finance vem evoluindo principalmente nas jornadas de pagamentos. Em abril, por exemplo, entraram em vigor as transferências inteligentes. Para este ano espera-se, ainda, novidades como jornada sem redirecionamento na iniciação de pagamento, assim como o Pix Automático via Open Finance.