APROXIMOU, PAGOU

Entenda como vai funcionar o Pix por aproximação

Nova funcionalidade do Pix, prevista para 2025, dispensa a necessidade de ter um cartão de crédito para fazer pagamentos instantâneos

Pagamento por aproximação
Pagamento por aproximação | Imagem: Adobe Stock

O fenômeno do pagamento por aproximação está prestes a chegar ao Pix, o sucesso absoluto entre os brasileiros. Em outras palavras, a partir do ano que vem, você poderá pagar a conta de um restaurante, supermercado ou outro estabelecimento comercial apenas encostando o celular ou outros dispositivos que tenham a tecnologia NFC, como relógios e pulseiras.

A expectativa é que o pagamento com o Pix por aproximação aconteça de maneira semelhante à dos cartões de débito e crédito cadastrados em carteiras digitais. Por exemplo, Google Pay, Samsung Wallet e Apple Pay.

Então, assim como já acontece com os cartões, bastará aproximar a parte traseira do celular na maquininha para transferir o valor pré-determinado automaticamente. Dessa forma, não é necessário abrir o aplicativo do banco ou mesmo sequer desbloquear o celular.

Além disso, o Pix por aproximação dispensa a necessidade de ter um cartão de crédito para fazer pagamentos instantâneos, conforme diz Gustavo Lino, diretor-executivo da Associação dos Iniciadores de Transação de Pagamentos (INIT).

“Hoje sabemos que existe uma parcela considerável da população que é bancarizada mas não tem acesso a cartão de crédito, ou então tem limite muito baixo. Um ponto importante [dessa nova função] é a inclusão no mundo online de usuários que não têm acesso a cartão de crédito”, afirma.

Não é Pix? O que o Open Finance tem a ver?

Você pode ter feito essa pergunta. Mas vamos explicar. O Pix por aproximação funciona por meio da iniciação de pagamentos via Pix no Open Finance. Na prática, esse serviço possibilita, como o próprio nome diz, iniciar transações fora do aplicativo do seu banco. Nesse sentido, para pagar com Pix por aproximação, será preciso autorizar o compartilhamento de dados via Open Finance.

A nova funcionalidade vai existir porque o Banco Central (BC) publicou recentemente as regras que definem a chamada jornada sem redirecionamento (JSR) na iniciação de pagamento. Mas não se preocupe com as nomenclaturas, porque o que importa mesmo é como o novo serviço vai facilitar sua vida.

A JSR abre caminho, ainda, para outras ferramentas ainda mais inovadoras, de acordo com os especialistas. “Quando unirmos JSR, transferências inteligentes, Pix Recorrente e Pix Automático, veremos isso de forma completa atendendo cada vez mais usuários”, aponta Gustavo.

Uma dessas inovações à vista é o que vem sendo chamado de “Click Pix”, que servirá para comprar via Pix com apenas um clique em e-commerces. Outra é o “Pix Offline”, que também está na agenda evolutiva do Pix no BC. Com ele, será possível que os pagamentos sejam efetuados mesmo quando o usuário estiver sem acesso à internet — algo que, hoje, ainda não é possível.

Grandes instituições financeiras, incluindo “bancões” e fintechs, são obrigados a implementar a nova jornada no Open Finance a partir de novembro. Mas isso ainda vai ocorrer em fase de testes porque o lançamento oficial está previsto para fevereiro de 2025, conforme cronograma do BC.

*Para o Finsiders Brasil | Colaborou Danylo Martins