André Luis Ogando Paraense e Diogo Duarte/Plain | Imagem: divulgação
André Luis Ogando Paraense e Diogo Duarte/Plain | Imagem: divulgação

A Plain, fintech de agentes de Inteligência Artificial (IA) para investimentos, captou R$ 1,7 milhão em rodada pré-seed liderada pela Urca Angels, grupo formado sobretudo por ex-alunos do Instituto Militar de Engenharia (IME). O aporte teve a participação, ainda, de de investidores-anjo de algumas das principais instituições financeiras do mercado, informou a startup. 

Os recursos captados serão direcionados ao aprimoramento do produto, que deve começar a operar no início de 2026. Recém-fundada, a Plain já negocia com suas primeiras consultorias parceiras. Até o final do próximo ano, o objetivo é se consolidar como principal plataforma de inteligência para consultores independentes.

A Plain promete democratizar estratégias de investimento de alta performance, levando a consultores financeiros tecnologia que permite aumentar a capacidade de atendimento em até dez vezes. A fintech busca atacar o que chama de “desigualdade de rentabilidade”. Enquanto investidores ultrarricos têm acesso a alocação sofisticada e isenta de conflitos por meio de family offices, o investidor médio é atendido por modelos que priorizam a venda de produtos com rebates elevados.

De acordo com dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), o Brasil possui atualmente cerca de 21 milhões de contas com investimentos entre R$ 100 mil e R$ 1 milhão. “O mercado endereçável da Plain é gigantesco, mas os players tradicionais competem sem pensar no cliente final, sem atacar o conflito de interesses que ainda predomina na distribuição de investimentos no País”, avaliou Jorge Azevedo, investidor da Urca Angels, em nota.

A solução

A plataforma da fintech permite que consultores e clientes interajam com agentes de IA em modo conversacional. A partir de dados, os agentes traçam perfil de cada investidor, fazem planejamento financeiro personalizado e estimam capacidade de tomada de riscos. Assim, desenham carteiras recomendadas, prontas para análise e aprovação pelos consultores. A ideia é viabilizar serviços de planejamento financeiro, tributário e sucessório para clientes com patrimônio a partir de R$ 100 mil.

“Quando falamos de desigualdade no Brasil, focamos na renda ou no patrimônio acumulado. Mas existe um terceiro pilar que só agrava tudo isso: a desigualdade de rentabilidade. O investidor comum muitas vezes é atendido por profissionais que ganham quando ele perde”, afirmou Diogo Duarte, cofundador e CEO da Plain, em nota.

“Para garantir escala sem perder a personalização, não basta uma automação simples. Desenvolvemos agentes capazes de traçar perfis complexos e desenhar estudos que consideram variáveis tributárias e sucessórias”, disse André Luis Ogando Paraense, cofundador e responsável por Produtos e Tecnologia (Chief Product and Technology Officer, CPTO).

Engenheiro formado pelo IME, Diogo atua há mais de 20 anos no mercado financeiro. Teve passagens por Polo Capital, Santander Asset e Península, single family office da família de Abílio Diniz. Já André Luis é engenheiro pela Unicamp, com mestrado e doutorado em Inteligência Artificial, além de pós-doutorado na University of Plymouth (Reino Unido). Atuou em empresas como CI&T, Descomplica, Oakam e Motorway. Também integrou o time fundador das startups MobWise, Corrijaê e ReFood.