
A Belvo, fintech latino-americana de soluções de Open Finance, anuncia nesta quarta-feira (16/4) uma nova rodada de investimento de US$ 15 milhões (ou R$ 88 milhões). A captação foi liderada pelos fundos Quona Capital e Kaszek (que já investia na empresa), com participação de outros investidores atuais, como Kibo Ventures, Future Positive, Citi Ventures e Y Combinator.
O novo aporte vem quase quatro anos após a rodada Série A de US$ 43 milhões (R$ 225 milhões, no câmbio da época) e cerca de um ano depois da demissão de 30 pessoas. Na ocasião, a fintech atribuiu os cortes a uma uma decisão estratégica para concentrar os esforços em produtos com maior demanda.
Em nota, a Belvo diz que, com o investimento, ampliará sua conectividade com todas as fontes de dados financeiros relevantes — reguladas ou não. Lançará, ainda, uma solução de pagamentos variáveis recorrentes no Brasil, seguindo o movimento do Pix Automático, previsto pelo Banco Central (BC) para junho deste ano.
A empresa também afirma que continuará investindo em Inteligência Artificial (IA). Isso envolve, conforme a fintech, aplicar os modelos a bilhões de pontos de dados financeiros para crédito, segmentação de usuários, prevenção a fraudes e aceitação de pagamentos. “Esse novo investimento nos permitirá continuar inovando, escalar nossa infraestrutura e modelos de IA”, afirmaram Pablo Viguera e Oriol Tintoré, co-fundadores e co-CEOs da Belvo, em nota.
Dados, inteligência e pagamentos
Fundada em 2019 pela dupla de espanhóis, a Belvo chegou ao Brasil em 2020. Atualmente, a fintech atende mais de 150 clientes no Brasil e no México. A base inclui, por exemplo, BBVA, Banamex, Bradesco, Mercado Livre e Creditas.
Com sua plataforma, a Belvo permite que instituições financeiras e empresas de outros setores acessem, interpretem e utilizem dados financeiros de usuários finais. Além disso, possibilita às empresas iniciarem pagamentos conta a conta em países da América Latina.
De acordo com a Belvo, mais de 50 milhões de pessoas e empresas já conectaram suas contas à plataforma. No Brasil, a Belvo é uma das maiores receptoras de dados no ecossistema do Open Finance. Já na frente de pagamentos, a Belvo processa cerca de 2 milhões de transações conta a conta por mês. Em volume total anualizado, são mais de US$ 500 milhões. No Open Finance brasileiro, a fintech está entre as maiores instituições em volume de pagamentos via Iniciação de Transação de Pagamento (ITP).
Na visão dos investidores, a Belvo está bem posicionada no ecossistema financeiro dos dois maiores mercados latinos – Brasil e México.
“Nossa experiência global mostra que as plataformas de Open Finance mais transformadoras são aquelas que unem dados e pagamentos em uma única solução fluida. A Belvo está em uma posição única para liderar essa nova onda de inovação financeira na América Latina”, disse Rafa de la Guia, sócio da Quona Capital. “Desde nosso investimento inicial, acreditamos que a Belvo está construindo a espinha dorsal do Open Finance na América Latina”, afirmou Nicolás Szekasy, co-fundador e managing partner da Kaszek.