A Conta Azul, startup de software de gestão (ERP) na nuvem para Pequenas e Médias Empresas (PMEs), foi comprada pela empresa norueguesa de softwares corporativos Visma. O negócio, anunciado nesta sexta-feira (1/8), não teve o valor revelado oficialmente. Reportagens do Valor Econômico e da Bloomberg Law falam em uma operação de US$ 300 milhões (equivalente a R$ 1,7 bilhão).
A transação, que depende de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e de outras condições regulatórias habituais, marca a entrada da Visma no Brasil. Assim, a companhia amplia sua atuação na América Latina, onde já opera em países como Argentina, Chile, Colômbia, México e Peru. Com receita de 2,8 bilhões de euros em 2024, a gigante europeia atende atualmente 2,1 milhões de clientes na Europa e América Latina. Ao todo, possui 16,4 mil funcionários.
A Conta Azul, fundada em 2012 em Joinville (SC), oferece um ERP para gestão financeira de cerca de 100 mil PMEs. Nos últimos anos, a startup vinha avançando em produtos e serviços financeiros, seguindo uma tendência adotada por outros ERPs como Totvs, Omie e Senior Sistemas. Em outubro de 2024, como revelou primeiro o Finsiders Brasil, também recebeu autorização do Banco Central (BC) para ser uma Instituição de Pagamento (IP).
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Foco no Brasil
Em comunicado, a CEO da Visma, Merete Hverven, destacou a forte posição de mercado da Conta Azul como “uma base ideal para nosso crescimento de longo prazo no Brasil”. Já Vínicius Roveda, CEO e cofundador da Conta Azul, afirmou que o negócio com a Visma representa um “momento decisivo” para a startup. “Com os recursos e a expertise da Visma, estamos prontos para aprimorar nossa oferta e ampliar nosso alcance e impacto no Brasil.”
Ao longo de sua história, a Conta Azul levantou US$ 37 milhões em investimentos, de acordo com dados no Crunchbase. Além de ter sido a primeira startup brasileira acelerada pela norte-americana 500 Startups, a Conta Azul atraiu nos últimos anos investidores como BTG Pactual, Tiger Global, Monashees e Endeavor Catalyst.
Celeiro de startups, Joinville foi berço de outra fintech que recentemente atraiu uma companhia europeia. Em maio de 2024, a espanhola PayRetailers adquiriu a Transfeera para expandir o negócio no Brasil.
