Insurtechs mantêm ritmo forte de captação no mundo, mostra PitchBook

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​O apetite dos fundos de Venture Capital pelas insurtechs continua grande, num sinal claríssimo de que o mercado segurador virou uma tese importante para os investidores. No terceiro trimestre, globalmente, as insurtechs levantaram US$ 4,2 bilhões em um total de 150 deals, segundo dados recém-publicados pelo PitchBook.

Houve uma leve redução ante o segundo trimestre, mas o volume permanece em patamares altos. Tanto é que foi a segunda vez em que as cifras ficaram acima de US$ 4 bilhões, de acordo com o levantamento.

No acumulado do ano, até setembro, as insurtechs captaram US$ 11,7 bilhões em 477 deals. Em 2020 inteiro, o volume registrado foi de U$ 6,6 bilhões, repetindo o montante de 2019. Para dar uma ideia do crescimento da indústria, em 2015, os investimentos de VCs em insurtechs não chegavam nem a US$ 2 bilhões no ano.

No período de julho a setembro, as startups de seguro saúde e vida puxaram para cima o volume de investimentos para cima — do total captado pelas insurtechs, por exemplo, elas representaram 40%. Alguns dos deals no período foram Devoted Health (US$ 1,2 bilhão), MediTrust Health (US$ 308,6 milhões) e Ethos (US$ 100 milhões).

Com o mercado aquecido, os valuations também continuaram em alta, segundo o PitchBook, em todos os estágios de captação. No early-stage, por exemplo, o valuation médio passou de US$ 25 milhões para US$ 39,5 milhões. Em um estágio mais avançado, o valuation médio mais do que dobrou, para US$ 195 milhões.

Um relatório recente publicado pelo fundo de Venture Capital Atlantico aponta seguros como a próxima revolução, impulsionada por mudanças regulatórias no setor. A Superintendência de Seguros Privados (Susep) lidera o Open Insurance, seguindo um pouco os passos do Banco Central (BC) com o Open Banking, além do sandbox — que já selecionou nomes para a segunda turma.

Potencial de crescimento do mercado existe, e muito. Dados do Swiss Re Institute mostram que no Brasil os prêmios de seguros representam apenas 4,1% do PIB. Bem diferente de nações como Estados Unidos (12%), ou Japão (8,2%), onde a cultura de seguros é mais presente.

Por aqui, o número de insurtechs vêm crescendo e chegou a 109 em 2020 — eram 37 cinco anos antes, conforme a base de dados do Distrito. Em outros países, a quantidade é ainda menor: México (42), Argentina (34), Colômbia (14) e Chile (13), segundo dados do Statista.