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A iugu, plataforma de automação financeira para empresas, captou R$ 120 milhões em uma rodada liderada pela Goldman Sachs Merchant Banking, braço de private equity do banco de investimentos. Foi o primeiro investimento do banco americano em uma fintech no Brasil. A Finsiders noticiou no fim de agosto que a empresa estava prestes a fechar uma rodada de captação.
Com os recursos, a empresa prevê ampliar a oferta de produtos, acelerar a contratação de profissionais e fortalecer a estrutura de capital. Entre os planos está o lançamento de um cartão de crédito corporativo, conforme reportagem do Brazil Journal.
A iugu oferece soluções automatizadas para empresas, incluindo emissão de boletos, processamento de pagamentos e reconciliação de faturas pagas com contas a receber.
“Desde a nossa fundação, temos como propósito fundamental descomplicar a gestão financeira para as empresas no Brasil, por meio de uma plataforma inteligente e de fácil uso”, afirma Patrick Negri, fundador da iugu, em comunicado ao mercado. Com o Goldman Sachs como investidor, a fintech vai conseguir acelerar o próximo ciclo de crescimento, diz ele no texto.
O aporte chega poucos dias depois da autorização do Banco Central (BC) para operar como instituição de pagamentos (IP). Com a licença, a iugu poderá oferecer novos serviços em sua plataforma, como recebimento de transferências eletrônicas, pagamento automático de contas e impostos, além de uma opção de cartão de débito.
A rodada liderada pelo Goldman Sachs é a terceira da iugu desde que foi fundada, em 2012. A fintech captou outros R$ 12 milhões de fundos como Indicator Capital e o pool de investidores Smart Money Ventures, de Fábio Póvoa, fundador da Movile (leia entrevista com o investidor). Ambos acompanharam a nova rodada.
Em texto no site da Smart Money Ventures, compartilhado com a Finsiders assim que o aporte foi anunciado, Póvoa conta que o investimento na iugu foi o segundo da trajetória dele como anjo, em 2016. O momento não poderia ser mais favorável para a fintech:
“O ecossistema financeiro passa por uma verdade disrupção em múltiplas frentes, do regulatório (Pix) à digitalização, desintermediação e inovação no leque de serviços e ofertas propiciado pelas fintechs, tais como iugu. Embora a frente B2C de bancos digitais — a la Nubank, Inter, C6 e Neon — seja a mais visível a usuários finais e nos headlines de rodadas bilionárias, é o B2B — empresas, plataformas, marketplaces — que guarda consigo enorme volume financeiro e ainda maiores dores (e oportunidades) na gestão de recebíveis, integração com legado, ganho de produtividades, pagamentos, cartões white label e uma miríade de serviços financeiros que têm o potencial de efetivamente substituir por completo bancos tradicionais.”
Em seu site, a iugu diz ter atendido mais de 3 mil empresas com R$ 6 bilhões processados ao ano. Em 2019, a empresa teve uma receita de R$ 40 milhões, segundo a matéria do Brazil Journal. Para este ano, a expectativa é faturar R$ 70 milhões. Ao todo, a startup atende 5 mil clientes diretos e já abriu mais de 60 mil contas.
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Meios de pagamento
A vertical de pagamentos tem se mantido nos últimos anos como a mais representativa entre as fintechs brasileiras. Do total de 741 empresas, 16,4% são nesse segmento e o número de iniciativas na área cresceu 200% desde 2011, conforme estudo recente do Distrito.
O interesse dos investidores por negócios no segmento é forte. Nos últimos cinco anos, foram aportados mais de US$ 120 milhões em soluções de pagamento. De todos os segmentos em fintech, meios de pagamento é o que mais emprega (14 mil pessoas).
O interesse dos empreendedores e investidores por pagamento se justifica. Depois da transformação vivida pelo setor desde 2013, com a abertura para novos entrantes, agora a expectativa é pelo sistema de pagamentos instantâneos do BC.