Mais uma startup gringa desembarca no Brasil. A norte-americana Jeeves, plataforma de gerenciamento de despesas e cartões corporativos para startups globais, inicia suas operações por aqui após um investimento de US$ 180 milhões. Com a Série C liderada pela Tencent, a startup passa a valer US$ 2,1 bilhões.
O ritmo de crescimento da fintech é intenso: em um ano, a Jeeves recebeu mais de US$ 380 milhões em investimentos e o intervalo entre a Série A e B foi de apenas três meses.
A mais recente captação também incluiu a participação da GIC, Universidade de Stanford, Andreessen Horowitz, CRV, Silicon Valley Bank, FT Partners, entre outros bancos de investimentos. Ainda compõem a lista os escritórios familiares dos fundadores da FAANG (Facebook, Apple, Amazon, Netflix e Google) e Carlo Enrico, presidente da Mastercard para América Latina e Caribe.
Curiosamente, o Brasil não foi a primeira escolha de mercado latino-americano da Jeeves. A startup iniciou sua atuação na região pelo México em 2021, seguido por Colômbia, Chile e Peru. Segundo Fernando Torres, líder de operações da empresa no Brasil, a fintech preferiu gastar energia para se estabilizar onde estava crescendo, e depois vir para cá.
“Agora estamos muito bem capitalizados, temos um bom fôlego para gerar muito resultado no Brasil”, diz Fernando, ao Startups. Com foco na entrada da Jeeves no país, a grana da Série C será investida em melhorias na tecnologia e na contratação de talentos. O plano é ter até 20 colaboradores no Brasil até o fim do ano.
Crédito fácil em qualquer moeda
A plataforma corporativa da Jeeves foi criada para startups globais em crescimento acelerado, que já tenham captado pelo menos uma rodada seed. A solução permite o gerenciamento completo de gastos e despesas atrelado a um cartão de crédito corporativo, cuja bandeira Fernando preferiu não revelar.
A empresa realiza a análise da linha de crédito a ser oferecida, em moeda local, bem como meios de pagamento para qualquer despesa do negócio, independentemente do país e da moeda. Como a operação ocorre por meio de tecnologia própria da Jeeves, as taxas de câmbio são reduzidas e os valores são disponibilizados instantaneamente. Bitso, Kavak, Belvo, Runa e Memara são alguns dos clientes da fintech.
“Um dos nossos diferenciais é o limite de crédito oferecido que atende a necessidade dos clientes. A Jeeves se posiciona como uma empresa de fundadores, para fundadores, que já sentiram a dor de conseguir crédito para acelerar o negócio”, afirma Fernando.
Atualmente a Jeeves oferece seus serviços em 24 países distribuídos nas Américas Latina e do Norte, Reino Unido e Europa. Nos próximos três anos, a empresa quer alcançar mais de 40 países.
Desde a Série B realizada em setembro de 2021, a Jeeves dobrou sua base de clientes para mais de 3.000 empresas e aumentou a receita em 900%.
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Mercado em alta
Por Danylo Martins
As soluções financeiras para empresas, especialmente PMEs e startups em geral, têm crescido. A mexicana Clara, por exemplo, inaugurou oficialmente sua plataforma no Brasil em dezembro do ano passado, com uma Série B de US$ 70 milhões.
Outro modelo semelhante é o Brex, fintech fundada no Vale do Silício pelos brasileiros Henrique Dubugras e Pedro Franceschi e que já vale US$ 12,3 bilhões.
No Brasil, a Conta Simples se posiciona como uma fintech que une software de gestão de despesas, conta corrente e cartão corporativo para PME. A empresa já levantou US$ 5,5 milhões, segundo o Crunchbase, e tem investidores como YCombinator, Domo Invest, FJ Labs, Quartz, entre outros.
A Stark Bank – que recebeu autorização há pouco mais de um ano para operar uma SCD (Sociedade de Crédito Direto) – oferece soluções de banking e cash management para empresas tech e tem nos planos, desde o ano passado, a criação de um cartão de crédito corporativo.
No mês passado, o aplicativo de mobilidade Wappa e a fintech Expense Mobi se juntaram para criar o super app Stuo. Com foco em gestão de despesas, a plataforma já nasceu com 1 milhão de usuários.
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