Kinea e Canary lideram aporte na Saks, de previdência privada

A Saks, fintech de previdência privada, acaba de levantar uma rodada seed de R$ 26 milhões liderada pelo Kinea Ventures — o Corporate Venture Capital (CVC) do Itaú Unibanco — e pela Canary.

Participaram da captação, ainda, os fundos FJ Labs, de Fabrice Grinda, fundador da OLX e a Honey Island by 4UM — fundo criado por meio de uma parceria entre Honey Island e 4UM Investimentos, conforme você leu em outubro no Finsiders.

Fundada no início de 2021, a fintech aposta numa plataforma em que a contratação de um plano de previdência é feita de forma 100% digital, da simulação à assinatura do contrato.

O negócio é liderado por Luiz Bacellar, que foi sócio até dezembro de 2020 da EQI Investimentos, um dos maiores escritórios de agentes autônomos (AAIs) comprado pelo BTG Pactual.

Antes, o empreendedor também atuou como sócio da DM10, marketplace de seguros comprado em junho do ano passado pela XP. Ao lado de Bacellar no time de fundadores, está Felipe Talhari, também ex-sócio de EQI e DM10. O head de investimentos e portfolio manager da Saks é Paulo Sobral.

A empresa opera como corretora de seguros e recebeu no ano passado aval da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da Anbima para sua gestora de recursos, a Saks Asset Management.

Hoje, a Saks soma mais de 10 mil clientes e um total de mais de R$ 700 milhões em ativos sob custódia — em agosto de 2021, quando o Finsiders contou a história, eram 7,5 mil clientes.

“Com o aporte, conseguiremos acelerar o desenvolvimento de uma solução que possibilita que todos tenham condições de juntar dinheiro de forma verdadeiramente diversificada, com base nos objetivos e momento de vida”, diz Luiz Bacellar, fundador e CEO da Saks, em comunicado.

Além do canal para o consumidor final, a Saks disponibiliza uma plataforma para corretores de vida e previdência. Atualmente, a solução da fintech é integrada às principais seguradoras do Brasil como Zurich, SulAmérica e Icatu, oferecendo ainda fundos das principais assets do mercado.

Neste momento, a Saks oferece investimentos em previdência privada, mas o objetivo é ampliar a oferta com alternativas de investimento em ações, renda fixa, ETFs e criptoativos em mais de 30 bolsas de valores (alô, Stake e Avenue!), além da possibilidade de manter as reservas em dólar, euro ou franco suíço.

“Essa seria a verdadeira liberdade financeira dos latino-americanos, deixando de contar com a previdência pública, para investir no seu futuro de forma simples, segura e global”, afirma Bacellar, no comunicado.


Mercado

A indústria de previdência privada aberta encerrou 2021 com R$ 1,07 bilhão em ativos, segundo dados da Fenaprevi. A maior fatia do bolo está, como você deve saber, nas mãos de grandes instituições, como Brasilprev e Bradesco.

A ineficiência e o tamanho do setor são os chamarizes para as fintechs. Ainda assim, são poucas que apostam em soluções em previdência. Além da Saks, há também a Onze, que foi construída dentro da Red Ventures, grupo controlador de diversas empresas digitais.

O primeiro produto — com foco em colaboradores de empresas — foi lançado no ano passado, quando a empresa recebeu autorização da CVM para ter sua própria gestora e da Susep para distribuir os produtos como corretora de seguros.

Em maio de 2021, a fintech captou uma Série A de US$ 10 milhões (R$ 53 milhões, no câmbio da época), em rodada liderada pela Ribbit Capital.

Para este ano, a meta da Onze é alcançar 100 clientes, impactar 60 mil vidas e totalizar R$ 1 bilhão em previdência privada. Para ajudar na expansão, a fintech trouxe recentemente Felipe Bruno, ex-diretor da Mercer.

Existem, ainda, fintechs que buscam ajudar o brasileiro a guardar dinheiro. A Monis é uma delas e aposta em um modelo de assinatura no cartão de crédito.

Já a Grão — comprada ontem pelo Grupo Primo, de Thiago Nigro — tem um aplicativo que permite investimentos a partir de R$ 1 e funciona como um primeiro passo na jornada de aplicações financeiras.

Conforme apurou o Finsiders, há outros negócios, em early-stage, chegando ao mercado para disputar mais pedaços desse bolo, especialmente de investimentos de baixo valor. Aguarde as cenas dos próximos capítulos.

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