A Lerian, startup de core bancário fundada pelo ex-Dock, Fred Amaral, recebeu sua primeira rodada de investimento. A empresa levantou R$ 18 milhões em uma captação liderada pela Maya Capital. O aporte teve a participação também de Quartz, Supera Capital, Norte Ventures, Crivo Ventures e de um conjunto de investidores-anjos.
Com o aporte, a Lerian pretende expandir o time de tecnologia para acelerar o desenvolvimento do seu produto e conquistar clientes globalmente. “Com esse investimento, nosso foco passa a ser fazer o que mais gostamos: inovar, executar e entregar”, disse Fred, em nota.
Conforme mostrou em primeira mão o Finsiders Brasil há cinco meses, a Lerian aposta em um ledger para core bancário no modelo open source (código aberto). Espécie de “coração” das instituições financeiras, o ledger é um banco de dados onde as transações são gravadas, reconcilizadas e auditadas. Ele compõe o core bancário, junto com a chamada mensageria, que conecta os participantes ao regulador.
Flexibilidade
A proposta da Lerian é resolver dois maiores desafios do setor: o desalinhamento entre custos de infraestrutura bancária e geração de receita e a falta de flexibilidade para criação de produtos financeiros. “Acreditamos que o futuro do core banking passa por dar flexibilidade e preço para que o cliente possa competir em um cenário cada vez mais desafiador”, afirmou Fred.
Com essa abordagem, instituições financeiras e fintechs podem ter maior controle, independência e autonomia no desenvolvimento e uso de serviços, por exemplo, Pix, pagamento de contas, processamento de cartões, sistemas de antifraude e “conheça seu cliente” (KYC, na sigla em inglês).
Na indústria de tecnologia, modelos open source são comuns; basta lembrar de casos como o sistema operacional Linux e o navegador Mozilla Firefox. “Não estamos reinventando a roda. A evolução da tecnologia caminha para open source. Estamos levando isso para a parte ‘hard core’ da infraestrutura em serviços financeiros”, disse o CEO, quando falou ao Finsiders Brasil recentemente.