Como diria minha avó: onde há fumaça, há fogo. A compra da corretora Easynvest pelo Nubank foi anunciada oficialmente hoje. Na semana passada, as especulações correram soltas, e muita gente se perguntava se a associação Nubank e Easynvest ia dar samba. Deu, sim.
O valor da transação, previsivelmente, não foi revelado. No entanto, sabe-se que o Nubank levantou mais US$ 300 milhões junto a investidores no mês passado.
A compra segue os passos do que o Neon havia feito em julho, ao comprar a corretora Magliano. Ambos os bancos digitais, Neon e Nubank, estão de olho no próspero filão de investimentos em ações.
A transação envolveu uma parte em dinheiro e uma troca de ações: Advent International vendeu a sua participação de 60% na corretora. Em contrapartida, o fundo de investimento fez um aporte no Nubank.
A Advent, uma das maiores empresas de private equity do mundo, entrou no capital da Easynvest em 2017, investindo R$ 200 milhões. O negócio aconteceu no ano seguinte à conquista da corretora como líder em número de investidores do Tesouro Direto, com uma base de 100 mil.
“Nos últimos sete anos, temos desafiado o status quo para criar uma nova geração de serviços na América Latina. Já libertamos 30 milhões de pessoas da complexidade do sistema financeiro por meio de serviços e produtos práticos, convenientes e focados no cliente. Queremos fazer isso também no setor de investimentos”, afirma David Vélez, fundador e CEO do Nubank. “Encontramos na Easynvest um parceiro que compartilha dos mesmos valores e do propósito de democratizar o acesso aos serviços financeiros”, completa.
“Nosso principal objetivo sempre foi promover o acesso das pessoas a investimentos, para que pudessem ter o maior rendimento de seu dinheiro. Agora com o Nubank, poderemos potencializar esse propósito e levar os serviços para ainda mais pessoas no Brasil e América Latina”, diz Fernando Miranda, CEO da Easynvest.
Por enquanto, nada muda
Os depoimentos dos dois presidentes estão em release divulgado pela assessoria de imprensa do Nubank. Por enquanto, nenhum deles deu entrevistas.
Por enquanto, também, nada muda para os clientes das duas plataformas, diz o comunicado. As empresas permanecem operando normalmente e de maneira independente.
Um grupo de trabalho será formado para planejar os próximos passos de integração dos serviços, a ser iniciada após aprovação dos reguladores – a compra da Easynvest será submetida ao Banco Central e ao CADE.