Nubank e Inter são "vencedores claros" na corrida dos bancos digitais, diz Itaú BBA

Em relatório, analistas apontam que os dois players "vieram para ficar" e a probabilidade de novos entrantes é baixa

Na corrida dos bancos digitais no Brasil, Nubank e Inter vieram para ficar e são dois “vencedores claros”. Assim define a equipe que cobre bancos no Itaú BBA, liderada por Pedro Leduc, em relatório publicado nesta quinta-feira (29). 

Para os analistas do banco de investimento, o ‘neobank’ do cartão roxo e o ‘super app’ da família Menin conseguiram não apenas lucrar em 2023, como se diferenciar em meio à concorrência. A dupla, dizem os analistas, se destacaram em tamanho, monetização e capacidade de financiar o próprio crescimento por meio dos lucros e depósitos dos clientes. Tudo isso num cenário complicado para a inadimplência. 

“Além de os ecossistemas estarem maiores, a probabilidade de novos entrantes é baixa, abrindo caminho para que Nu e Inter consolidem sua posição no sistema bancário brasileiro”, escrevem os analistas. 

>> Leia também: Após dois anos, banco digital N26 anuncia saída do Brasil

Os números mais recentes, inclusive, reforçam os comentários do Itaú BBA. Atualmente com mais de 90 milhões de clientes, o Nubank atingiu lucro líquido recorde de US$ 303 milhões no segundo trimestre. Já o Inter, que tem uma base de quase 30 milhões de clientes, apurou lucro líquido de R$ 104 milhões no período.

Nu tem a preferência

“Embora vejamos ambos como vencedores, o Nubank alcançou um tamanho muito maior em comparação com seu concorrente digital, apresentando crescimento positivo em receitas líquidas após o custo de risco, semelhante aos bancos tradicionais, com retorno sobre o patrimônio (ROE) igual ou superior aos concorrentes estabelecidos”, apontam os analistas do Itaú BBA.

Para o ano que vem, eles enxergam a indústria, de maneira geral, com níveis mais baixos de inadimplência nas carteiras de pessoa física. De acordo com os analistas, as vantagens competitivas do Nubank, como eficiência e custo de financiamento, jogam a favor do crescimento da instituição. “Com mais ‘velas de receita’ içadas, esperamos que o Nu consolide sua posição como uma aposta de crescimento lucrativo em um mercado enorme.”

No relatório, os analistas do Itaú BBA destacam também a preferência pelos papéis do Nubank, com preço-alvo de US$ 10 por ação ao final de 2024 e recomendação de compra. No caso do Inter, o banco mantém a classificação neutra, em linha com a média do mercado, com preço-alvo passando de US$ 4 para US$ 6 ao final do ano que vem.

Resultados

Conforme as estimativas do banco de investimento, o Inter deverá chegar ao final deste ano com 31 milhões de clientes e 33 milhões no encerramento de 2024. A expectativa dos analistas aponta, ainda, para um lucro líquido de R$ 334 milhões em 2023, chegando a R$ 856 milhões no ano que vem. 

Já para o Nubank, o Itaú BBA vê a fintech com uma base de 93 milhões de clientes ao término de 2023 e batendo 104 milhões no fim de 2024. O lucro líquido, por sua vez, deve passar de R$ 5 bilhões em 2023, mais do que dobrando no ano que vem, para R$ 11,7 bilhões.

Saiba mais:

Downloads de apps de neobanks voltam a crescer em outubro; Nubank lidera avanço

Inter vai lançar cartão de crédito para residentes nos EUA

Nubank e Mercado Pago continuam ganhando participação entre os neobanks

Nos bancos digitais, a disputa agora é por ‘market share’, diz BofA