RECEBÍVEIS

PayHop recebe aporte da Totvs e quer ser uma 'sub registradora' de duplicatas eletrônicas

Avaliada em R$ 50 milhões, fintech atraiu o iDEXO, braço de corporate venture capital da empresa de tecnologia

Léa De Luca, do Fintechs Brasil
A PayHop, fintech criada em 2021 para surfar a onda da então nova regulamentação dos recebíveis de cartões, acaba de receber um aporte do CV iDEXO. O fundo é o braço de Corporate Venture Capital da Totvs. Agora, quer entrar também no negócio de duplicatas eletrônicas. 

A ideia é ser a primeira “sub registradora” de duplicatas estruturais, inspirada no modelo de atuação das subcredenciadoras (ou subadquirentes) no mercado de cartões. Isso, antes mesmo da aprovação das medidas para implementação da nova regulamentação para os recebíveis desses títulos. A regra foi divulgada pelo Banco Central (BC) em agosto do ano passado.

“Queremos ajudar a dar capilaridade a esse novo mercado, que movimenta R$ 12 trilhões e tem até agora apenas meia dúzia de registradoras habilitadas”, diz o CEO Eduardo Rossi, em entrevista ao site parceiro Fintechs Brasil. O executivo é sócio e cofundador da PayHop com Arthur Fontana, que é diretor de tecnologia. As sub registradoras seriam a porta de entrada para as registradoras como Cerc, Núclea e B3, por exemplo.

Garantia ‘as a service’

Segundo o empreendedor, a fintech quer ajudar a acelerar o crescimento desse mercado quando ele passar a ser obrigatório. “Vamos capturar as notas fiscais e as transformando em duplicatas escriturais para aquelas empresas que quiserem usá-las como garantia de empréstimos”.

Mas a fintech também tem planos de continuar crescendo no negócio de recebíveis de cartões. “Entre este ano e o próximo, queremos ter um milhão de clientes varejistas e movimentar R$ 1 bilhão”, afirma o CEO. A PayHop fechou 2023 com 400 mil clientes e R$ 20 milhões de movimentação.

Rossi lembra, ainda, que o negócio da PayHop não é dar o crédito para a antecipação de recebíveis de cartões, apenas usar o recebível como garantia,. A plataforma “funciona como um serviço de ‘garantia as a service’ para os fornecedores, como viabilizador de empréstimos”, diz. Por isso, o foco em parcerias estratégicas com empresas com grande canal de distribuição.

Parceria estratégica

No caso do negócio de recebiveis de cartões, a entrada da Serasa no captable da fintech em fevereiro de 2022 foi fundamental para o acesso da fintech ao negócio. A rodada foi liderada pela Experian Ventures (braço de venture capital da Serasa Experian) além da DOMO.VC e da Citrino Gestão (investidores que também acompanham a rodada atual).

De acordo com Rossi, agora a proximidade com a Totvs vai abrir algumas portas para a nova fase da PayHop. “A Totvs é muito forte em ERP (Enterprise Resource Planing, na sigla em inglês), sistema de gestão que papel fundamental no novo negócio, pois o registro e antecipação de duplicatas envolve empresas de todos os setores, não apenas financeiras”, explica. E a nova sócia tem acesso a muitas delas.

Após o novo aporte, de valor não revelado, a PayHop diz que seu valuation hoje está em torno de R$ 50 milhões. “Estamos sendo conservadores. Temos muito espaço para crescer”.

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