Numa transação que marca uma “nova era para serviços bancários e de pagamentos”, como as próprias empresas definem, a Visa anunciou na noite desta terça-feira (16) que concluiu a compra da Pismo, processadora de cartões e pagamentos e plataforma de serviços bancários baseada em nuvem. O negócio de US$ 1 bilhão foi anunciado em junho do ano passado e teve aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), sem restrições, em dezembro último.
Em comunicado, as empresas dizem que a combinação permitirá oferecer aos clientes processamento de core banking e emissão de cartões em todos os tipos de produtos por meio de APIs (sigla em inglês para interfaces de programação de aplicações) nativas na nuvem.
Além disso, a plataforma da Pismo possibilitará à Visa fornecer suporte e conectividade para esquemas de pagamento emergentes e redes de RTP (sigla em inglês para pagamentos em tempo real) para os clientes de instituições financeiras. “Com a combinação da Visa com a Pismo, podemos agora ampliar essas ofertas e atender melhor ao ecossistema”, disse Jack Forestell, executivo-chefe de produto e estratégia da Visa.
Para Ricardo Josua, cofundador e CEO da Pismo, a união entre os negócios permitirá aos clientes lançarem “produtos bancários e de pagamentos inovadores” dentro de uma só plataforma nativa na nuvem, independentemente da rede, localização geográfica ou moeda. O executivo, aliás, seguirá à frente da equipe de gestão da Pismo.
O negócio
Fundada em 2016 por ex-executivos da Conductor — hoje Dock e que chegou a ser investida pela Visa, em 2018 –, a Pismo se autointitula como “a próxima geração de tecnologia para serviços bancários e cartões”.
A techfin oferece uma plataforma em nuvem baseada em APIs que movimenta mais de US$ 200 bilhões em transações por ano, conforme números em seu site. O portfólio de clientes inclui, por exemplo, grandes bancos como Itaú Unibanco, BTG Pactual e B3.
Em novembro do ano passado, a Pismo também voltou aos holofotes quando uma matéria publicada pelo site 9to5Mac citou a techfin como a possível nova parceira para o cartão de crédito da Apple, que teria encerrado o acordo com o norte-americano Goldman Sachs. O assunto circulou por diversos veículos de mídia locais e internacionais, porém, nenhuma das companhias comentou.
Antes de ser alvo da Visa, a própria Pismo chegou a atrair o cheque de outra big tech, a Amazon. Em outubro de 2021, a techfin recebeu uma rodada Série B de US$ 108 milhões liderada pela gigante fundada por Jeff Bezos, além de SoftBank, Accel Partners, Redpoint eventures, Headline, entre outros investidores. Conforme reportagem do Brazil Journal, o valor pago pela Visa representou uma valorização de 4x em relação à Série B.
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