Denise Ramiro
O Banco Central acredita que a tecnologia virou o grande veículo para empoderar pessoas, ao gerar trabalho remoto, dar voz a quem não tinha e acesso a consumo a quem estava fora do mercado. “A tecnologia democratiza porque faz com que todos tenham uma voz”, disse há pouco o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, no encerramento da 31º edição do Congresso e Exposição de Tecnologia da Informação das Instituições Financeiras (CIAB), organizado pela Federação Brasileira de Bancos (FEBRABAN). Entre os temas abordados na palestra de Campos Neto, os mais relevantes foram o Open Banking, o blockchain, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e o 5G.
Campos Neto também falou sobre o sucesso do PIX, hoje usado pela maioria dos brasileiros e que teve grande apoio de bancos e players financeiros. Chamou a atenção para alguns desafios relacionados ao lançamento das moedas digitais. “Hoje temos mais perguntas do que respostas: a moeda digital será a evolução da moeda física, qual o percentual de troca que será viável, será mais segura, a demanda vai aumentar, como fazer se todo mundo trocar sua moeda física, como ficam os bancos”, questiona Campos Neto.
Diante disso, ele não arrisca prever a entrada da moeda digital no Brasil. Segundo ele, depende de se aprofundar a tecnologia. Mas garante que ela já está mudando de forma exponencial o sistema financeiro. “O mercado está se descentralizando, mas o desafio é constante. Tenho que pensar como regulador, o que significa pensar no futuro. As grandes rupturas acontecem de forma acelerada.” Sobre o Open Banking, o presidente do BC está animado com as possibilidades que traz. “O Open Banking ajuda a diminuir a barreira de entrada do consumidor ao crédito”, finaliza.