A Adyen, plataforma de tecnologia de pagamentos para grandes empresas, está acompanhando de perto a evolução do Pix. A fintech já oferece a modalidade via Open Finance, por meio da Jornada Sem Redirecionamento (JSR), que estreou no final de fevereiro. E está pronta para atuar com alguns de seus clientes no piloto do Pix Automático, a partir de 28/4. Na visão de executivos da empresa, a nova funcionalidade tem potencial para incluir brasileiros que não possuem cartão de crédito, assim como deve reduzir custos para os negócios no modelo de recorrência.
“Dependendo do recorte que você faz na nossa plataforma, o Pix é maior e mais representativo que qualquer outro método de pagamento”, afirmou Rodrygo Moço, executivo responsável por Produtos da Adyen na América Latina. “E agora o que estamos vendo é o Pix via Open Finance pela JSR abrir outras portas, algo sem precedentes ainda no mundo”, disse ele, em entrevista a jornalistas na quarta-feira (16/4).
Por meio da nova jornada, que é a base para o Pix por Aproximação e o Pix por Biometria, as transações ocorrem de maneira mais rápida, com menos etapas. Isso porque o consumidor não precisa abrir o aplicativo do banco para ler o QR Code ou inserir o código do Pix “copia e cola”. Já para os lojistas, a modalidade oferece um custo menor de transação e um potencial aumento nas taxas de conversão, pois reduz-se a fricção nos momentos decisivos da venda.
Novos consumidores
No caso do Pix Automático, a expectativa é que ajude a escalar a aceitação do pagamento instantâneo pelas empresas. O novo serviço permitirá cobranças recorrentes de forma automática, mediante autorização prévia do usuário pagador. Os exemplos de aplicação incluem contas de consumo, planos por assinatura, streaming, mensalidades de escolas, clubes e academias, entre outros.
“É um caso de uso que faltava no Pix. Embora a bancarização tenha evoluído no Brasil, ainda há um gap entre quem tem cartão de débito e quem tem cartão de crédito. Então, o Pix Automático abre portas para novos consumidores, que ainda não têm crédito e não são bem servidos na recorrência. E normalmente, a recorrência tem tíquete médio baixo, o que significa dizer que muito provavelmente haverá uma migração de parte [das transações] do cartão de crédito para Pix Automático”, disse Rodrygo.
De acordo com o executivo, a Adyen atuará com alguns comércios clientes no piloto do Pix Automático. Essa fase de testes começará em 28/4. Recentemente, o Banco Central (BC) confirmou para 16/6 o lançamento oficial da modalidade.
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‘Novo patamar’ em IA
Ao mesmo tempo em que segue a evolução do Pix, a Adyen investe em novas tecnologias para ajudar seus clientes a melhorar vendas, reduzir fraudes e diminuir custos. A fintech holandesa está lançando globalmente uma solução baseada em Inteligência Artificial (IA) que, no projeto-piloto, proporcionou às empresas um aumento médio de 6% nas taxas de conversão de transações de pagamento online.
Batizada de Uplift, a tecnologia foi anunciada em janeiro durante a feira de varejo NRF, em Nova York, nos Estados Unidos. Mas o lançamento oficial no Brasil ocorreu ontem (16/4), em evento para clientes, parceiros e jornalistas, duas semanas após ser apresentada no México. No mercado brasileiro, empresas como C&A e McDonald’s já estão usando a solução. O piloto contou com mais de 60 empresas ao redor do mundo.
Segundo Thais Fischberg, presidente da Adyen na América Latina, o Uplift representa um “novo patamar” em tudo que a empresa já desenvolveu com IA até hoje – a Adyen criou seus primeiros modelos de IA há cinco anos. “Durante o piloto do Uplift, percebemos um aumento médio de 6% de aumento na taxa de conversão. Isso é dinheiro que os comércios estavam deixando na mesa e o consumidor frustrado, sem conseguir concluir a compra”, afirmou a executiva.
Dados unificados
De acordo com a empresa, o conjunto de modelos de IA reduziu em 86%, em média, o volume de regras manuais. “Temos clientes globais que antes operavam com mais de 500 regras manuais e que agora contam com apenas uma”, disse Thais.
O Uplift bebe da fonte de uma base de dados global. Em 2024, por exemplo, a empresa transacionou mais de 1,2 trilhão de euros em pagamentos de grandes empresas pelo mundo. Globalmente, a Adyen processa transações para mais de 1 bilhão de consumidores. “Temos uma base de dados gigantesca, que passa a ser unificada, vista dentro de um ecossistema, sempre garantindo privacidade”, explicou a executiva.
A solução também permite uma abordagem mais eficiente na identificação de compradores. “Hoje, quando processamos uma transação, há uma probabilidade de 90% de já conhecermos o consumidor”, disse Cassia Pinheiro, executiva responsável por Risco da Adyen na América Latina. Isso possibilita, então, validar mais rapidamente a legitimidade de uma transação, ao mesmo tempo em que fortalece a prevenção contra fraudes, afirmou ela.
