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O Nubank conseguiu o primeiro lucro desde que foi fundado, há oito anos. Na última linha do balanço, o resultado ficou positivo em R$ 76 milhões, entre janeiro e junho deste ano, revertendo perdas de R$ 95 milhões em igual período de 2020.
Importante dizer que os números dizem respeito apenas à operação no Brasil, concentrada na Nu Pagamentos e suas subsidiárias. Ou seja, desconsidera os negócios no México e na Colômbia, que são mais recentes e estão demandando mais esforço de investimentos do neobank.
Ao final de junho, o Nubank passou de 41 milhões de clientes, um incremento de 60% ano contra ano — na comparação com o semestre anterior, o aumento foi de 25%, o que significa 40 mil novos clientes por dia, em média. No encerramento de 2020, a base tinha 33 milhões de clientes, uma evolução de 67,5% ante 2019.
No primeiro semestre, as receitas de intermediação financeira no Brasil atingiram aproximadamente R$ 4 bilhões, um crescimento de 91% em relação ao primeiro semestre de 2020.
“O fato de o resultado de intermediação financeira ter crescido em um ritmo superior ao das receitas de intermediação financeira significa que a nossa margem segue expandindo – ela passou de 45% para 47% do primeiro semestre de 2020 para o primeiro semestre de 2021”, diz o vice-presidente financeiro do Nubank, Guilherme Lago, em um post no blog da instituição.
De acordo com o executivo, o crescimento da intermediação foi puxado pelo uso crescente dos cartões pelos clientes do Nubank. O TPV ou que a instituição chama de “volume de compras” registrou R$ 92 bilhões no primeiro semestre deste ano, mais do que o dobro contra igual intervalo de 2020.
“Em resumo, o primeiro semestre de 2021 foi mais um reforço de que seguimos no caminho certo ao colocar nossos clientes no centro de tudo o que fazemos. Crescemos com foco nos clientes, desenvolvemos novos produtos e serviços e chegamos a ainda mais pessoas”, concluiu Guilherme no post.
O primeiro balanço no azul ocorre num momento em que o Nubank se prepara para fazer o seu aguardado IPO, com expectativa de levantar entre US$ 3 bilhões e US$ 5 bilhões, podendo valer entre US$ 70 bilhões e US$ 100 bilhões, conforme noticiou o Pipeline, site de negócios do Valor Econômico. Foram contratados para coordenar a operação Morgan Stanley (líder), Goldman Sachs e Citi.
O banco digital foi avaliado em US$ 30 bilhões em sua última rodada de captação, em junho, quando recebeu um aporte de US$ 500 milhões da Berkshire Hathaway, gestora de Warren Buffett.
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Nos últimos meses, o banco digital vem ampliando o portfólio, num movimento de ‘rebundling’. A última novidade foi do cartão PJ, movimento que acompanha o crescimento da conta PJ no neobank.
Ainda em setembro, o Nubank habilitou o serviço de débito automático para programar pagamento de contas recorrentes pelo assistente de pagamentos, e tanto PF quanto PJ podem utilizar o benefício. E anunciou uma parceria com a Creditas para começar a oferecer os produtos de crédito da fintech de Sergio Furio aos clientes do banco digital — com o acordo de ter uma fatia de até 7,7% da empresa nos próximos dois anos.
Para reforçar sua oferta, o Nubank também tem ido às compras. Depois da Easynvest — transformada em Nu Invest — há dois meses, anunciou a compra da Spin Pay, plataforma de pagamentos instantâneos que oferece suporte ao varejo eletrônico com opção de usar Pix como forma de pagamento no check-out.
O balanço positivo, ainda que não represente o business todo, chega num contexto em que as fintechs vêm sendo desafiadas. De um lado, pelos investidores que estão cobrando resultado. Do outro, pela pressão feita por bancos para o ajuste na regulamentação, o que têm chamado de isonomia regulatória.
Há vários trimestres, o Nubank tem dito em suas comunicações sobre os resultados que não se preocupa com lucro, e operar no prejuízo faz parte da estratégia de crescimento com foco no longo prazo. Trata-se de uma lógica comum no ambiente de startups e de empresas de tecnologia. Resta saber por quanto tempo os investidores aguentam.
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Redação: Conteúdos produzidos pela equipe de jornalistas do Finsiders,
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