O Banco Central, junto com o Ministério da Fazenda, vai conduzir a Trilha Financeira do BRICS. O grupo composto por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia, Emirados Árabes Unidos e Indonésia terá presidência brasileira em 2025. A Arábia ainda não concretizou os trâmites para se tornar membro oficial do grupo.
“Como atual presidente, o Brasil é responsável pela proposição da agenda e dos temas a debater, além da realização de reuniões”, disse em nota Marcelo Aragão, chefe do Departamento de Assuntos Internacionais (Derin) do BC. O propósito é, ao final dos trabalhos, produzir declarações consensuais sobre os diversos assuntos.
Ele enfatiza a importância do posto para o Brasil. “O grupo ganha cada vez mais proeminência no contexto internacional, ao passo que amadurece seus debates e expande o número de membros”.
Inteligência Artificial
Um dos assuntos que está na pauta é a Inteligência Artificial (IA). O tema é pauta do grupo de trabalho Fintech Research: Innovation Hub. O GT pretende estudar as práticas dos países membros com esse novo recurso em dois eixos principais. Um deles é governança interna para o uso da tecnologia por funcionários nas atividades dos bancos centrais. O outro é legislação e regulamentação (em vigor ou a vigorar em breve) para o uso de IA no sistema financeiro dos países do grupo.
Finanças sustentáveis
Segundo o BC, os países do BRICS têm avançado em iniciativas de finanças sustentáveis e transição climática, integrando práticas de sustentabilidade em suas economias.
O BC vai propor a elaboração de um relatório conjunto do BRICS para aprofundar a análise de riscos climáticos e testes de estresse climáticos no setor financeiro. O foco será nos marcos de gestão de riscos climáticos dos bancos centrais e supervisores. A ideia é fazer a identificação e a mensuração dos principais riscos climáticos físicos e de transição.
Marcelo Aragão informou ainda na nota que o grupo de trabalho sobre pagamentos pretende aprofundar a compreensão das soluções de ponta para facilitar os pagamentos transfronteiriços. Além disso, vai explorar soluções para sistemas de pagamento bilaterais já em uso. “O objetivo é superar desafios como velocidade de transferências, altas taxas e barreiras regulatórias”, disse o chefe do Derin.
Agenda
Além de diversas reuniões virtuais de grupos de trabalho, o calendário para a Trilha Financeira do BRICS em 2025 quatro presenciais:
– 1ª Reunião de Deputies de Finanças e Bancos Centrais – dia 25 de fevereiro e acontecerá na Cidade do Cabo (África do Sul);
– 2ª Reunião de Deputies de Finanças e Bancos Centrais – em abril, às margens da reunião de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI)/Banco Mundial, em Washington (EUA)
– 3ª Reunião de Deputies de Finanças e Bancos Centrais – em junho, no Brasil;
– 1ª Reunião de Ministros de Finanças e Presidentes de Bancos Centrais – entre o fim de junho e o início de julho, no Brasil. Na sequência desse encontro, deve ser realizada a Cúpula do BRICS).