O Brasil começou tarde a aderir a inovações financeiras. A constatação é do diretor de regulação bancária do Banco Central, Otávio Damaso. “Na China hoje já existem mais de 4000 sites de empréstimos “peer-to-peer” – realizado diretamente entre quem tem o dinheiro e quem quer tomar emprestado, sem a intermediação de um banco -, enquanto no Brasil temos menos de 20″, afirmou.
Para o diretor, o BC e as associações de classe devem embarcar neste processo para não ficar para trás. O alerta foi dado por Damaso no dia 22 de novembro durante sua apresentação no 11º. Seminário Internacional promovido pela Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), em São Paulo.
Para o diretor do BC, o sistema financeiro nacional é muito desenvolvido e a entrada de novos players é um desafio para eles, e uma oportunidade para os bancos estabelecidos. “As fintechs entram em segmentos não explorados pelo sistema convencional. E no Brasil, há muitas oportunidades para fomentar a concorrência, o que traz benefícios para a sociedade e derruba algumas barreiras”, disse Damaso, acrescentando que a tecnologia ganhou espaços com o desenvolvimento da infraestrutura de comunicação, com os dispositivos móveis e redes sociais. Está em curso uma mudança cultural, e as inovações são uma solução prática para problemas como mobilidade.
Apesar de reafirmar que o BC é a favor dessas inovações, afirma que está vigilante: “Nosso papel é monitorar. É cedo para interferir, mas não vamos deixar nada ameaçar o sistema.