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O banco BV fechou o primeiro trimestre com lucro líquido recorrente de R$ 357 milhões, um incremento de 61,4% em relação ao mesmo período de 2020. Na comparação com o quarto tri de 2020, a alta foi de 2,9%. O retorno sobre o patrimônio líquido (ROE) atingiu 13%ao ano — um ano atrás, estava em 8,9%.
As receitas (margem bruta + receitas de serviços e corretagem) cresceram 5,1% nos três primeiros meses do ano, contra igual intervalo de 2020, reflexo da diversificação no varejo, aumento da receita de serviços e corretagem de seguros. A carteira de crédito ampliada teve uma alta de 6,2%, para R$ 72,2 bilhões.
Historicamente conhecido pelo financiamento de veículos (que representa 57,5% do total da carteira de crédito do banco), o BV vem avançando nos últimos anos em outras modalidades de crédito, como empréstimo pessoal, consignado privado, crédito com garantia de veículo, home equity, financiamento estudantil, turismo, procedimentos médicos e financiamento de placas solares.
Não à toa, os outros negócios — que incluem essas novas linhas de empréstimo, além de cartões de crédito e corretagem de seguros — atingiram um volume de R$ 6,1 bilhões no primeiro trimestre deste ano, cifra que representa alta de 18,4% contra o mesmo intervalo de 2020. O financiamento de placas solares, por exemplo, saltou 263% no período.
O avanço nessas novas linhas de receita é por meio de parcerias com startups e fintechs, uma estratégia que a instituição passou a adotar de maneira acelerada com a chegada de Gabriel Ferreira como novo CEO, em setembro de 2019, e de Guilherme Horn, como diretor de estratégia digital e inovação, em novembro daquele ano.
Hoje, o ecossistema do BV tem mais de 30 parcerias para cocriação e distribuição de produtos, entre elas, as fintechs Neon, Weel, QueroQuitar, Pravaler, Portal Solar, Dr.Cash, Olivia e outras. Com seu fundo de corporate venture capital, que tem patrimônio de R$ 400 milhões, a instituição já investiu em 25 startups. Neste ano, por exemplo, a instituição assinou um cheque de R$ 100 milhões para a Trademaster, como noticiou o Finsiders.
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A vertical de banking as a service (BaaS) também vem avançando no banco — que tem como acionistas o Banco do Brasil (BB) e a família Ermírio de Moraes. No primeiro trimestre de 2021, foram 27 milhões de transações via plataforma BaaS, número que representa incremento de 194% em relação a igual intervalo de 2020. “Para a startup parceira, traz eficiência e é mais barato usar a nossa infraestrutura. Para nós, é uma fonte de receita e volume”, explicou Horn, em entrevista recente para matéria minha na revista The Funnel.
O BV também vem firmando parcerias com agentes do ecossistema de startups e fintechs no Brasil. Entre os acordos recentes, estão parcerias com a Associação Brasileira de Startups (Abstartups) e a empresa de inovação Distrito. O banco já é mantenedor há algum tempo da Associação Brasileira de Fintechs (ABFintechs).
Em abril, o BV cancelou de novo seus pedidos de registro de companhia aberta na bolsa e de oferta pública com distribuição primária e secundária (IPO), conforme fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O motivo? “Conjuntura atual do mercado”, como outras companhias justificaram seus recuos em fazer IPO.
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Danylo Martins é jornalista com dez anos de cobertura de finanças, empreendedorismo e inovação no setor financeiro. Com MBA em mercado de capitais, é vencedor de quatro prêmios de jornalismo econômico e colabora com o jornal Valor Econômico há oito anos. Teve passagens por Folha de S.Paulo e revista Você S/A.
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