A Bankme, plataforma que viabiliza a profissionais autônomos e empresas não-financeiras operarem seu próprio minibanco, vai lançar seu primeiro Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC).
“Enquanto os investimentos de risco estão escassos, em renda fixa estão abundantes”, afirma Thiago Eik, CEO e cofundador, com Andre Bravo, da fintech que tem licença para operar como securitizadora e se considera uma “fábrica de minibancos”. Eles falaram ao portal Fintechs Brasil, parceiro de conteúdo do Finsiders.
Eik não revelou o tamanho do fundo nem os parceiros, mas explicou outra razão para a decisão: “Estamos hoje com uma carteira de R$ 45 milhões e 60 minibancos – dos quais 50 já em operação (os outros dez estão em fase de estruturação). Já atingimos uma massa crítica a partir da qual vale a pena lançar mão desse instrumento de captação de funding”, disse. Segundo o empreendedor, a meta para este ano é crescer 120%, chegando a 108 minibancos.
Com dois anos e meio de vida, a fintech de Londrina (PR) fez duas rodadas de captação – a última foi em 2022, quando levantou R$ 5,5 milhões com DOMO Invest, Apex Partners e Bamboo Capital Markets. Antes, foi financiada por recursos próprios e por debêntures emitidas pela própria financeira – os papéis foram adquiridos por “family and friends”.
O negócio da Bankme é fazer todo o back-office, incluindo a parte jurídica e de contabilidade, para que investidores possam colocar seus recursos em operações de crédito sem que precisem, eles próprios, abrir empresas de factoring, securitizadoras ou FIDCs, explica Eik. “Eles fazem basicamente a parte comercial, de captação de clientes, investem seus recursos e contam com nossa tecnologia e consultoria”, diz. Em troca, a Bankme cobra mensalidades que custam de R$ 6 mil a R$ 15 mil.
Segundo ele, os ganhos para os investidores costumam ficar 50% maiores do que se investissem em opções tradicionais em corretoras. Eik diz que é uma opção que dá mais trabalho do que apenas aplicar em renda fixa ou em ações, mas oferece rentabilidade líquida maior para o investidor, algo tipo 2% ao mês.
E, ao contrário de agentes autônomos de crédito, os minibanqueiros não são meros captadores de clientes – eles investem seu próprio capital no negócio.Ele explica que o negócio é semelhante a uma franquia de factoring, com a diferença de que a Bankme “ensina a fazer”.
O CEO revela, ainda, que o negócio começou plugando a solução em empresas que precisavam de um braço financeiro para atender uma demanda, como vender parcelada ou antecipar os fornecedores. “Agora, a demanda por parte de profissionais que querem ter a sua própria financeira para dar empréstimos estruturados para empresas vem crescendo bastante”, afirma. Os principais clientes são dos setores de logística e construção civil, e os produtos de crédito mais demandados são antecipação de recebíveis e cédulas de crédito bancário.
*Este conteúdo foi originalmente publicado no Fintechs Brasil.
Leia também:
Bankme capta R$ 5,5 milhões e prevê passar de 80 ‘mini bancos’ este ano
Transfeera levanta R$ 7 milhões e quer competir com grandes players de BaaS
Artigo: Dilema dos bancos digitais; construir, comprar ou otimizar?