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Diversificação de portfólio é o nome do jogo no mundo dos investimentos, e a B3 sabe disso como ninguém. Com um mercado cada vez mais competitivo, a frase ‘dados são o novo petróleo’ (na tradução livre) do matemático londrino Clive Humby nunca fez tanto sentido e a B3 também não perdeu tempo.
De olho num mercado endereçável de aproximadamente R$ 4 bilhões, a empresa anunciou nesta terça-feira (19) a compra de 100% da Neoway, empresa de tecnologia especializada em big data analytics e inteligência artificial para negócios.
A B3 pagará R$ 1,8 bilhão na operação, usando recursos provenientes do caixa. No segundo trimestre, a companhia tinha R$ 12,8 bilhões em caixa, com um reforço de R$ 3,7 bilhões com a emissão de bonds, em setembro, informou em apresentação sobre o deal.
Pelos próximos cinco anos, a B3 também prevê mais R$ 200 milhões para investimentos estratégicos na Neoway.
O fechamento da operação está sujeito à aprovação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), além da implementação de determinadas condições precedentes usuais nesse tipo de transação.
A compra da Neoway é mais uma das várias empreitadas da B3 para se lançar a novos negócios, além de seguros, recebíveis de cartão de crédito, energia, e assim por diante.
Há um ano, a companhia concluiu a compra de 100% da BLK Sistemas Financeiros, especializada no desenvolvimento de telas e algoritmos de negociação para corretoras e investidores institucionais.
Em julho último, anunciou sociedade com a Totvs para construir uma nova empresa, agora chamada de Dimensa, com foco em tecnologias B2B para o mercado financeiro e fintechs. O novo business começou com um aporte primário de R$ 600 milhões da B3.
O Bank of America assessorou a Neoway. A B3 teve assessoria do Citi.
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Big data
Fundada em 2002, em Florianópolis (SC), a Neoway é bem conhecida do mercado financeiro. É uma gigante na América Latina em seu segmento. Chegou a ser uma candidata a unicórnio e se aproximou de IPO na Nasdaq, mas em 2019 saiu do noticiário de finanças para o policial e enfrentou uma crise.
O fundador Jaime de Paula foi afastado em 2019, após a empresa ser citada em escândalos da Lava Jato, envolvendo o lobista Jorge Luz, ligado ao MDB
A fatia de 30% de Jaime foi adquirida há pouco mais de um mês pela CapSur Capital, gestora de Mário Ermírio de Moraes Filho e Carlos Simonsen. Com o anúncio desta quinta-feira, o negócio rendeu, talvez, mais do que esperado para a gestora que começou a aportar não faz nem um ano.
Hoje com mais de 500 clientes, em aproximadamente 20 grandes setores, incluindo financeiro, automotivo, transporte, bens de consumo, cobrança e recuperação, a Neoway tem receita líquida projetada de R$ 190 milhões para 2022. Ao todo, soma mais de 450 funcionários em três escritórios.
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Danylo Martins é jornalista com dez anos de cobertura de finanças, empreendedorismo e inovação no setor financeiro. Com MBA em mercado de capitais, é vencedor de quatro prêmios de jornalismo econômico e colabora com o jornal Valor Econômico há oito anos. Teve passagens por Folha de S.Paulo e revista Você S/A.
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