A Creditas, fintech de crédito com garantias, voltou a reduzir as perdas no segundo trimestre deste ano. No período, a empresa teve prejuízo líquido de R$ 118 milhões, contra R$ 129 milhões no trimestre anterior. Na comparação anual, o recuo foi de 59%. A companhia vem diminuindo o resultado negativo na linha final do balanço desde o primeiro trimestre de 2022, quando ainda somava perdas acima de R$ 320 milhões.
Outro indicador que sinaliza a melhora nos números é a relação entre o resultado líquido e as receitas, que era superior a -100% no início de 2022. De lá pra cá, vem decrescendo nos últimos trimestres e chegou a -24% no período entre abril e junho deste ano.
As receitas da Creditas totalizaram R$ 495,3 milhões no segundo trimestre, uma expansão de 27,2% na comparação anual, apesar da redução no ritmo de crescimento do portfólio de crédito e dos menores volumes de originação.
“Continuamos focando em um crescimento moderado para nos tornarmos uma empresa rentável até o fim do ano”, escreve a fintech fundada por Sergio Furio, em comunicado publicado no site de relações com investidores (RI).
Desaceleração no crédito
No segundo trimestre, a carteira de crédito atingiu R$ 5,8 bilhões, ficando praticamente estável ante o trimestre anterior. Em relação ao mesmo período de 2022, houve um crescimento de 15%. Já a originação continuou desacelerando e foi de R$ 510 milhões entre maio e junho, contra R$ 926 milhões em igual intervalo do ano passado.
“Continuamos sendo muito restritivos em nosso produto de financiamento de automóveis, enquanto mantemos principalmente nossas políticas padrão nos produtos car equity, home equity e crédito consignado privado, onde estamos vendo baixa volatilidade neste ponto do ciclo”, afirmou a Creditas.
Foco na eficiência
No balanço, a fintech diz, ainda, que continua dando foco para aumentar a eficiência. Isso significa manter a cautela no crédito, ganhar eficiência operacional e priorizar a recuperação de margens em detrimento do crescimento.
Nesse sentido, a companhia cita ações que já vêm sendo implementadas. Entre elas, estão: manter a expansão da carteira de crédito alta e sustentável, acelerar a reprecificação do portfólio de empréstimos; aumentar o lucro bruto e reduzir o custo de aquisição de clientes (CAC).
No comunicado, a Creditas menciona novamente a reestruturação do Creditas Auto, anunciada em março. E, ainda, a compra da licença bancária do Andbank Brasil, divulgada há cerca de um ano e que depende de aprovação do Banco Central (BC).
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