A Elo, uma das principais empresas de tecnologia de pagamentos do país, acaba de criar um laboratório de inovação dentro da própria empresa e com foco em projetos em Web3. Portanto, que incluem blockchain e tokenização. “No final, quero sair sabendo quais serão os produtos do portfólio da bandeira. E num futuro próximo, porque entendemos a celeridade que esses assuntos precisam ter”, disse ao portal parceiro Blocknews a superintendente de inovação da empresa, Duda Davidovic.
Segundo ela, o laboratório vai permitir à Elo “avaliar as oportunidades de negócios das novas tecnologias e ter desenvolvedores programando para ver se um produto para em pé”. O radar da empresa está muito forte sobre a tokenização da economia, em especial a ligada ao real digital e aos tokens que os bancos deverão emitir. Isso porque se baseia no plano do Banco Central (BC) de emitir essa versão da moeda no final de 2024 e criar um novo formato de funcionamento do mercado financeiro. Um dos impactos deverá ser exatamente em fluxos de pagamentos, o negócio da Elo.
De acordo com a superintendente de inovação da Elo, o laboratório tem 14 pessoas que incluem de profissionais de negócios a programadores e designers de experiência do usuário (UX).
“A gente tem um time de pesquisadores com experiência em business analystics que funciona como um grande radar e que ajuda a entender oportunidades desse mercado, que é um ‘FOMO’ diário. Mas, não dá para se acomodar, porque cada dia é uma notícia com um impacto grande no negócio”. completou. FOMO é a sigla em inglês para medo de perder algo, ou eja, de ficar para trás. Um clássico na vida de quem anda pelo mundo das novas tecnologias.
Segundo Duda, o time de pesquisadores olha para teses sobre as quais a empresa se debruça diariamente, como real digital, blockchain e contratos inteligentes, quais infraestruturas usar, como programar e como conectar a arquitetura coma bandeira, para falar em alguns dos temas. Segundo ela, projetos como a da Sonica entram nessa estrutura.
Assim, uma vantagem de ter o laboratório em casa, mas como uma camada de experimentação, tiro essa atividade de buscar o próximo produto com tecnologia nova do dia a dia da empresa, o que dá celeridade aos projetos. Depois, o que dá certo volta para a estrutura da Elo.
O laboratório se soma a outras iniciativas da Elo. Uma delas é o programa Elo Conecta para startups em estágio inicial. “Queremos ser bons parceiros para quando virarem especiais unicórnios”, diz Duda. A Sonica, plataforma no-code (sem códigos) de desenvolvimento de projetos Web3 acabou de entrar.
Hoje estão também a NFTick que fraciona tokens, e a Iniciador, que oferece SaaS, plug-and-play, para empresas que querem ser iniciadoras de pagamentos. A primeira fez um piloto de emissão de NFTs num evento e segunda está rodando construindo um protótipo de produto Elo. Mas já passaram outras pelo programa como Pluggy, Interlock Ledger, Swipe e Datarisk.
Além disso, a Elo é mantenedora do Acelera Next, programa de inovação da Fenasbac, a federação dos servidores do BC. Neste ano, a segunda edição está com foco em blockchain e tokenização e em open finance. A Elo está como mentora de duas das 14 startups selecionadas – Cconsensus e Tokenverse. A primeira é uma desenvolvedora de software de Brasília com forte conhecimento em Hyperledger Besu, a infraestrutura do piloto do real digital. A segunda tem infraestrutura para tokenização e custódia de ativos digitais, inclusive os regulados – que vão correr na rede, por exemplo, da nova versão da moeda nacional.
*Conteúdo publicado originalmente no portal parceiro Blocknews.
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