Fintechs

Estreia do Open Investments traz desafio extra para bancos e fintechs: atrair clientes mais ricos e mais exigentes

O início da implementação das APIs de investimentos vai tornar possível aos clientes compartilharem dados como saldos e performance, por exemplo.

APIs são Interfaces de Programação de Aplicações, na sigla em inglês.

Em tese, isso vai trazer maior conveniência e mais transparência.

Porém, a estreia do Open Investments, fase 4 do Open Finance, vai trazer também um desafio extra – e diferente – para bancos e fintechs: atrair clientes mais ricos e mais exigentes.

O Open Finance já conta com aproximadamente 40 milhões de consentimentos e 27 milhões de clientes, mas essa nova fase inclui perfis diferentes dos que atualmente já se beneficiam dele. Quem tem renda mais alta normalmente é mais resistente a compartilhar dados.

“Esse novo perfil de clientes exigirá das instituições financeiras participantes uma comunicação voltada para investimentos, que incluem produtos mais complexos”, diz Leandro Vilain, sócio da consultoria Oliver Wyman na área de serviços financeiros. Vilain é ex-diretor de Inovação, Produtos e Servicos Bancários da Febraban, e vem acompanhando todas as fases de implantação do Open Finance no Brasil.

No mundo

O conceito do Open Banking surgiu no Reino Unido em 2016,. Atualmente, mais de 40 países estão discutindo e implementando o novo ecossistema financeiro – além do Brasil, Austrália, México, Chile, Canadá e União Europeia.

No Reino Unido, o começo foi com produtos tradicionais bancários e está evoluindo para Open Finance, com dados de seguros e previdência, por exemplo. Na Austrália, o Open Banking é parte de um ambiente maior de compartilhamento, que contemplará informações de concessionárias de energia, telecomunicações, dentre outros.

No Brasil, o sistema já começou grande, prevendo a inclusão de serviços de crédito, investimentos e pagamentos.

O Open Finance viabiliza o surgimento de várias soluções voltadas ao cliente, desde a gestão financeira integrada, em que o cliente é capaz de gerenciar toda sua vida financeira em um só local; a maior customização de produtos; até o marketplace de produtos financeiros ou uma nova opção de pagamento por meio do serviço de iniciação de transação de pagamentos.

Por meio do compartilhamento de informações, os clientes (pessoas físicas e jurídicas) poderão acessar toda sua vida financeira (extratos, pagamentos, faturas do cartão e investimentos) em um só local. Além disso, como a oferta de produtos e serviços no setor financeiro é altamente dependente da informação, ao compartilhar seus dados transacionais, as instituições avaliarão o perfil do consumidor e definirão condições mais adequadas para ele.