A Stone acaba de comprar uma participação minoritária, limitada a 4,99%, do banco Inter, num acordo de R$ 2,5 bilhões (aproximadamente US$ 471 milhões), informou a adquirente em comunicado ao mercado nesta segunda-feira (24). A aquisição será feita com recursos próprios e dívida, sem emissão de novas ações.
O investimento será feito por meio de um follow-on do Inter, numa oferta que terá a Stone como investidor âncora, tendo como base um preço fixo de R$ 57,84 por unit. Como parte do acordo, o acionista controlador do Inter, Rubens Menin, concordou em ceder à Stone seu direito de prioridade no follow-on.
Conforme o comunicado, a Stone terá o direito de preferência em caso de mudança de controle do banco Inter, por um período de seis anos, de acordo com certas condições. Além disso, a fintech vai assumir um assento no conselho do banco digital, que hoje tem nove integrantes.
Além do acordo de investimento, as duas empresas vão trabalhar de forma conjunta em oportunidades comerciais. Por exemplo, conectar os clientes da Stone ao Inter Shop; digitalizar a experiência de pagamentos entre clientes do banco e os varejistas atendidos pela Stone. Assim como explorar oportunidades de cross-selling de produtos, tais como crédito e meios de pagamento.
Em fato relevante, também divulgado nesta segunda (24), o Inter comunicou que estuda uma reorganização societária para migrar sua base acionária para a Inter Platform, cujas ações pretende listar na Nasdaq, com lastro em BDRs listados na bolsa brasileira. “Os prazos e a viabilidade da proposta de reorganização societária em estudo estão em processo de definição”, informou o Inter no texto.
Diversificação
A transação anunciada hoje reforça a estratégia da Stone de ir além de meios de pagamento. No ano passado, a empresa fundada por André Street comprou a Linx por R$ 6,7 bilhões. Outro alvo, no primeiro semestre de 2020, foi a startup de saúde Vitta. Além dela, a Stone também investiu no aplicativo de entregas Delivery Much e na solução de gestão para restaurantes MVarandas.
A adquirente também vem reforçando sua governança. Na semana passada, anunciou dois novos membros para o seu conselho, entre eles, Pedro Franceschi, cofundador e co-CEO da Brex — fintech fundada por ele e Henrique Dubugras, em 2017, no Vale do Silício. Além dele, também assumiu uma cadeira no conselho Mateus Scherer Schwening, sócio da Stone desde 2015. Franceschi e Sherer se juntaram ao board da empresa, que já tem André Street; Eduardo Cunha Monnerat Solon de Pontes; Ali Mazanderani; Luciana Aguiar; Thomas A. Patterson; Roberto Moses Thompson Motta; e Sílvio José Morais.
O Inter, que fechou o primeiro trimestre com lucro de R$ 20,8 milhões, vem evoluindo o seu modelo de negócios de um banco digital para um ecossistema com cinco “avenidas” de negócios: day-to-day banking, investimentos, seguros, marketplace e crédito – que se complementam e se retroalimentam. Por meio desta plataforma, o Inter pretende ter alcance global e conectar todas as empresas do seu grupo econômico.
A Stone divulgará o balanço do primeiro trimestre em 1º de junho, após o fechamento do mercado. Hoje, a empresa vale cerca de US$ 19,5 bilhões. Nesta segunda (24), as ações da companhia começaram o dia em alta — por volta das 11h19, subiam 0,97%, cotadas a US$ 63,50.
O Inter, por sua vez, vale cerca de R$ 50 bilhões. As units do banco mineiro abriram o pregão desta segunda-feira em alta expressiva. Às 11h03, subiam 16,5%, cotadas a R$ 208,36.
(Atualizada às 11h07 para adicionar informações)