A Balko, plataforma de investimentos em ativos que são pouco conhecidos do público, com pouca liquidez, bastante risco e promessa de rentabilidade bem acima da renda fixa, prepara mais uma rodada de captação de recursos para o começo de 2021.
O objetivo, segundo Vinicius Attilio, diretor de marketing e da área comercial da fintech, é ter folego para investir mais em equipe e passar a oferecer mais ativos. Hoje, a Balko trabalha basicamente com precatórios, mas em 2021 vai passar a oferecer outros produtos com complexidade jurídica, como créditos não performados e financiamento de litígios judiciais.
A Balko nasceu de um projeto de quatro amigos, com uma rodada de investimento anjo de R$ 700 mil no começo do ano passado; no final de 2019, veio a segunda rodada, de R$ 4,4 milhões. Ele não revela o montante que pretende levantar, mas informa que mantem contato com 10 a 12 fundos de ventures capital.
Attilio explica que os precatórios – títulos que dão reconhecimento judicial a uma dívida que um ente público tem com o autor da ação, seja ele pessoa física ou jurídica – são o ativo mais padronizado entre os alternativos, mas ainda assim alguns são mais previsíveis do que outros. Os sócios da Balko usam um sistema próprio de análises, que envolve Inteligência Artificial, para garimpar os melhores papéis no mercado e os oferecem na plataforma para um público de investidores com apetite por risco, mas que dificilmente teriam acesso a precatórios.
“Nossa meta é oferecer títulos com expectativa de rentabilidade em torno de 15% ao ano, e a partir de R$ 5 mil já é possível investir”, diz. Os detentores dos precatórios aceitam um deságio para se desfazer dos papéis e receber na hora – a maioria tem prazo final de 10 a 15 anos. Mas não existe um deságio predeterminado, depende de muitos fatores. Attilio diz que a Balko desclassifica cerca de 90% dos precatórios que são oferecidos.
“Nós democratizamos, digitalizamos e damos transparência a um ativo que, se bem controlado e administrado, tem demanda”, diz. A Balko já fez 16 chamadas de investimentos em precatórios – das quais as últimas quatro ocorreram de fato na plataforma aberta ao público. Segundo Attilio, a Balko tem hoje cerca de R$ 15 milhões em precatórios custodiados.