Fintechs representam quase 80% dos aportes em startups latinas em outubro

De acordo com levantamento da Sling Hub, as fintechs na América Latina levantaram US$ 718 milhões em outubro

Ainda que esse ano tenha sido duro, com investidores adotando critérios mais rigorosos, ajuste nos valuations e a tendência ao ‘down round’, as fintechs brasileiras seguem recebendo investimentos e provando sua resiliência a crises. Dois estudos divulgados nesta semana mostram que esse grupo é o que menos sofreu até agora.

De acordo com o levantamento da plataforma de inteligência de dados Sling Hub, as fintechs latinas seguem “devagar e sempre”: elas foram responsáveis por 78% (US$ 718 milhões) dos US$ 920 milhões captados, e 30% dos 111 rounds de funding registrados em outubro. No Brasil, o investimento em fintechs somou US$ 256 milhões, conforme mostrou o portal parceiro Fintechs Brasil.

Fonte: Sling Hub
Cômputo geral

Como um todo, o ecossistema de investimentos em startups na América Latina manteve alguma estabilidade, diz o Sling Hub. O volume de investimentos no ano até agora foi 4% menor do que no mesmo período de 2021, enquanto a quantidade de rodadas(US$ 256 milhões) caiu 9%.

Considerando apenas outubro foram US$ 920 milhões, uma queda de 25% em 12 meses. A variação negativa em comparação com os resultados de 2021 vem sendo uma ocorrência frequente este ano, com 6 dos 10 meses (ou 7, desconsiderando rounds debt) se encaixando nessa descrição.

Já segundo dados do Distrito, as fintechs brasileiras captaram em outubro US$ 250,2 milhões em 18 rodadas. O volume aportado em startups de modo geral foi de US$ 376,4 milhões em 54 rodadas, o que representa um aumento de 159% em relação ao registrado em setembro. Trata-se do melhor resultado deste junho, conforme o levantamento.

Há de se ressaltar, ainda, que a América Latina segue no radar dos investidores. Prova disso é o apetite de alguns fundos de Venture Capital gringos que, apesar da crise, estão aumentando o ‘dry powder’ (capital disponível) para investir na região, com destaque para startups brasileiras, fintechs inclusive. O caso mais recente é da Quona Capital, que fechou a captação do seu terceiro fundo, com um ‘final closing’ de US$ 332 milhões.