A Franq Open Banking, que conecta pessoas e empresas a produtos financeiros por meio de bancários autônomos e assessores de investimento, acaba de fechar uma nova rodada de investimentos, cerca de um ano e três meses depois da última captação.
A fintech levantou US$ 12 milhões em uma rodada Série A liderada pela Quona Capital (que tem fintechs como BizCapital, Creditas, Neon e Monkey Exchange no portfólio), acompanhada por Globo Ventures e Broadhaven Capital Partners. O Valor Capital Group — que investiu R$ 20 milhões no negócio em junho de 2021 — fez follow-on agora.
Em operação desde 2019, a Franq montou uma plataforma digital em que bancários autônomos (chamados por ela de ‘personal bankers’) acessam produtos e serviços de mais de 50 provedores, incluindo bancos, fintechs e seguradoras, para selecionar os mais adequados às necessidades de seus clientes — consumidores finais ou pequenas e médias empresas (PMEs).
“Além de integrarmos bancos, fintechs, seguradoras e corretoras em uma única plataforma, oferecemos suporte total aos bancários para que eles empreendam com tecnologia, treinamentos, conteúdo, assessorias de marketing, contábil e suporte de especialistas de produtos”, explica Paulo Silva, CEO da Franq, em nota.
Com o novo cheque, a fintech vai reforçar as equipes de tecnologia, dados e prevê investir em novas soluções e sistemas, especialmente no mercado de PJ, que já representa 40% do volume transacional da companhia. Mais de 40% dos personal bankers estão dedicados ao segmento de PMEs. Por mês, a Franq diz originar R$ 2,2 bilhões em propostas de crédito PF e PJ.
Atualmente, a Franq soma 7 mil bancários independentes registrados em sua plataforma, operando em todo o Brasil. Há um ano e três meses — quando anunciou o último aporte — eram 2 mil profissionais, com meta de atingir 9 mil em 12 meses. Agora, a fintech fala em mais do que dobrar o seu alcance anualmente até 2024.
De acordo com a empresa, o personal banker tem, em média, dez anos de experiência trabalhando para grandes bancos de varejo. São profissionais que funcionam como uma espécie de ‘one-stop-shop’ multimarcas para 120 mil clientes individuais e 35 mil PMEs.
“A capacidade da Franq de conectar os pontos entre os produtos financeiros pode realmente mover a agulha quando se trata de consumidores e PMEs terem melhor acesso aos produtos que precisam, no momento em que precisam deles”, diz Jonathan Whittle, managing partner da Quona, em nota.
A fintech foi fundada no fim de 2018 por Paulo, um ex-executivo de banco com passagens por grandes instituições como Banco do Brasil (BB), HSBC, Citi e Santander.
No início, a empresa recebeu aporte de investidores-anjos como Adriano Carneiro (ex-Citi); Daniel Prianti (fundador da BPool); Cassius Schymura (CEO da Quod e ex-Santander); Valéria Camarero (ex-diretora do Santander e do HSBC); e Donax Participações, da família Tellechea.
Mercado
A Franq não é a única a apostar em um modelo de plataforma digital de distribuição de produtos financeiros por meio de bancários autônomos e assessores de investimento.
Com foco em produtos PJ, a Teddy está prestes a lançar uma nova versão do seu aplicativo e planeja abrir uma rodada de captação para acelerar o crescimento no ano que vem, conforme disse o CEO, Wagner Ferreira, em entrevista ao Finsiders na semana passada.
Soluções como as criadas por Franq e Teddy ganham força em meio a um cenário de maior abertura do setor com o Open Finance, aumento dos canais digitais para transações financeiras, além de redução das agências bancárias.
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