
A Confederação Nacional das Instituições Financeiras (Fin) entregou nesta terça-feira (18/11) o “Selo de Prevenção a Fraudes 2025” a 22 instituições, incluindo grandes bancos, neobancos e sistemas cooperativos. A iniciativa, lançada em 2024 pela entidade, reúne bancos, fintechs e instituições de pagamento para reforçar a integridade e a segurança das operações financeiras no Brasil.
Participam desta nova etapa representantes de associadas da Fin: Associação Brasileira de Bancos (ABBC), Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e Zetta, associação que representa instituições financeiras e de pagamento brasileiras, como os maiores bancos digitais do País.
No primeiro ciclo da iniciativa, foram certificadas 17 instituições. Dessas, 13 se mantêm na etapa de 2025. Entre elas, os maiores bancos – Banco do Brasil (BB), Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco e Santander -, mas também bancos digitais como Inter, C6 Bank e BS2. Como “estreantes” do selo, estão nove instituições, incluindo nomes como CloudWalk, Efí Bank, Nubank e PicPay. Veja relação completa ao final da matéria.
Durante a cerimônia de entrega do selo, Cássia Botelho, diretora-superintendente da Fin, disse que o processo de avaliação das instituições envolveu quase 7 mil horas de análise de procedimentos, cerca de 60 reuniões e uma metodologia que considera oito pilares. “Foi um processo árduo, que promoveu todo o engajamento do setor, uma forma de antecipar toda a problemática do processo de prevenção a fraudes e golpes, de maneira colaborativa”, afirmou ela.
Colaboração
Em meio ao aumento de golpes e fraudes, Cássia defendeu que o setor financeiro avance de forma coordenada. “A gente vê novas resoluções do Banco Central, várias boas práticas que todos identificamos que podemos implementar mais rapidamente para avançar o processo evolutivo, para essa concessão do selo”, disse. De acordo com ela, no início de 2026, haverá um comitê técnico, com participação aberta às associadas de Febraban, Zetta, Acrefi e ABBC.
Ivo Mósca, diretor-executivo da Febraban, reforçou que o combate aos golpes e fraudes é contínuo no setor. “Não esperem dos bancos brasileiros e do sistema financeiro que fiquemos de braços cruzados. Usaremos todos os meios para enfrentar essa realidade. Não nos faltarão criatividade, resiliência, investimentos vultosos e ações concretas para coibir golpes financeiros e fraudes”, disse. “A integridade dos dados e das operações dos nossos clientes é prioridade dos bancos brasileiros.”
Para Eduardo Lopes, presidente da Zetta, o sucesso da inovação e da digitalização dos serviços financeiros “vem com um custo”, que é o maior tempo online das pessoas, abrindo espaço para golpes e fraudes. “Obviamente esse sucesso todo atraiu o lado negativo, que é a criminalidade. Então, os criminosos passaram a explorar também o tempo online e a vulnerabilidade das pessoas, com uso de engenharia social para praticar golpes e fraudes. E a gente não está disposto como sociedade a retroceder nessa agenda”, apontou.
Felipe Natale, superintendente jurídico e legislativo da ABBC, destacou a escalada dos golpes e fraudes no setor financeiro em 2025. “Assistimos a uma intensificação significativa das ações de quadrilhas especializadas, com golpes cada vez mais sofisticados, organizados e persistentes. Os fraudadores evoluíram em métodos, velocidade e capacidade de adaptação”, afirmou.
Histórico
O primeiro ciclo do selo foi realizado em 2024, sob coordenação da Febraban, resultando na certificação de instituições bancárias que cumpriram requisitos de segurança e conformidade. A governança passou à Fin com o objetivo de ampliar o alcance da iniciativa para outros segmentos, incluindo instituições de pagamento e fintechs. Para obter o selo, as instituições interessadas devem formalizar o pedido junto à Fin. A certificação tem validade de 12 meses. Há possibilidade de renovação após nova avaliação.
O selo atesta que a instituição financeira possui processos eficientes de prevenção, detecção e conscientização sobre fraudes. Demonstra alinhamento com as melhores práticas de mercado, atendendo às exigências legais e aos padrões de autorregulação em áreas como: prevenção e mitigação de fraudes e golpes; cooperação e parcerias externas no combate a fraudes; gestão de risco transacional e governança de segurança; conscientização e educação sobre prevenção de fraudes; procedimentos rigorosos para abertura de contas.
Veja as “aprovadas”
- Banco BV
- Banco do Brasil (BB)
- Banco Inter
- Banco Pan
- Banco XP
- Banestes
- Bradesco
- BRB
- BS2
- C6 Bank
- Caixa Econômica Federal
- CloudWalk
- Efí Bank
- Itaú Unibanco
- Nubank
- Paraná Banco
- PicPay
- Porto Bank
- Santander
- Sicoob
- Sicredi
- Unicred