Em meio ao avanço acelerado do Pix, do Open Finance e de novas tecnologias no setor financeiro, como a Inteligência Artificial (IA), o maior desafio do Banco Central (BC) atualmente é “inteligência humana”. A opinião é de Ailton Aquino, diretor de Fiscalização do BC, e vem num momento em que o regulador sofre com o orçamento limitado e a falta de renovação do quadro de servidores.
“Eu poderia dizer que o que me tira o sono é o sistema financeiro ser resiliente, ou ainda a questão da cibersegurança, a preocupação com as fraudes. Eu poderia tratar do uso de Inteligência Artificial e como os novos negócios nos trazem uma intranquilidade maior. Mas o maior desafio no sistema financeiro hoje é o lado humano, o IH, Inteligência Humana”, disse o diretor do BC, no painel de abertura do evento “Open Finance 5 anos: conectando o futuro“, realizado nesta quinta-feira (28/8) pelo BC, em parceria com a Associação Open Finance e a Fenasbac.
Na avaliação de Aquino, para existirem Pix, Open Finance e outras iniciativas de inovação financeira, é preciso ter uma “burocracia bem estruturada”. Isso envolve, de acordo com ele, contar com um “time forte” no BC, nas diferentes áreas, a exemplo de regulação e fiscalização.
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Complexidade
O diretor do BC chamou atenção também para a falta de renovação do quadro de servidores na instituição. “Hoje, a média de idade [dos funcionários] na casa é de 54 anos. A gente precisa renovar o Banco Central. E renovar o Banco Central, a supervisão, é importante para avançar agendas relevantes do País”, defendeu Aquino.
Aquino citou, ainda, que hoje o BC fiscaliza cerca de 1,8 mil instituições e relatou a complexidade de sua função. Ele mencionou que há casos de Instituições de Pagamento que oferecem serviços a 150 entidades e, na ponta, atingem 70 milhões de pessoas. Em outro momento de sua fala, sem entrar em detalhes, o diretor do BC citou a iminente regulamentação do Banking as a Service (BaaS).
“Hoje, eu acordei com várias notícias; ser diretor de supervisão é bem divertido. Você recebe milhares de mensagens, e você muitas vezes não sabe o que está acontecendo. Mas aí depois você toma ciência do que está acontecendo”, disse o diretor do BC. Embora não tenha dito claramente, a referência foi às operações deflagradas nesta quinta (28/8) e que envolveram fintechs.
